O historiador, a feiticeira e o nativo
reflexões em torno de uma pretensa “caça às bruxas”
Abstract
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre os artifícios para nomeação, entendimento e perseguição de bruxas e feiticeiras em dois diferentes períodos históricos. Utilizando de metodologias próprias à história comparada, selecionei alguns documentos, tanto produzidos pelo Vaticano ou por notórios inquisidores europeus– incluindo textos de meados do século VI até meados do século XIV -, bem como documentos que constituíram ou fomentaram políticas de Estado para a construção sul-africana nos primeiros anos do século XX. Apesar das diferenças entre esses documentos, pretendo investigar a permanência do “medo das bruxas”, que se inicia na Europa e pode ter reverberado em algumas colônias em África, bem como refletir sobre como as acusações de bruxas e feiticeiras podem ser indícios de outras latentes questões sociais em diferentes períodos históricos.