As fraturas da Hidra
escravidão marítima através de um auto criminal (Rio Grande, 1873)
Abstract
Este trabalho busca analisar a escravidão marítima sediada na Cidade de Rio Grande nas últimas décadas de vigência da instituição servil. Valendo-se de um auto criminal ocorrido em 1873, procura-se demonstrar o conjunto de relações sociais, poder e trabalho no qual marujos escravizados estavam imersos. Especificamente, este texto se debruça sobre dois aspectos principais: a escravidão marítima e sua capacidade de produzir cesuras na solidariedade de classe dos marinheiros; e a aplicação do castigo sobre marujos escravizados da marinha mercante e a postura dos envolvidos diante dessa prática. Ademais, este artigo visa observar a resistência daqueles sujeitos às situações de dominação e violência que lhes atravessavam, investigando as formas de contestação maruja à escravidão e ao trabalho marítimo.