A BRANQUIDADE DAS INTERVENÇÕES URBANAS E A VIDA NAS MARGENS: SALVADOR, ESSA BOLSA DE HISTÓRIAS
Resumo
Esta composição se faz como uma bolsa, guardando histórias de “reexistências” evocadas desde e com moradoras/es das margens de Salvador, BA, sobretudo no encontro entre Itapuã e o Subúrbio Ferroviário. Buscamos – desde e com os encontros de pesquisa realizados nestas localidades –, possibilidades de incorporar, ao campo da arquitetura e urbanismo, imaginários, contornos, materialidades, potências e coexistências da vida nas margens, evocando outras tramas possíveis - e desembranquecidas - para pensar e atuar com a cidade. As histórias com as quais nos encontramos interconectam raça, gênero e classe e tensionam pressupostos e teorias colonialistas e racistas que fundamentam tanto intervenções urbanas quanto a práxis do campo da Arquitetura e Urbanismo. A partir, apesar e para além da branquidade das ações institucionalmente orquestradas nestes territórios, investigamos como as pessoas criam e recriam histórica e cotidianamente suas vidas e modos de viver por meio da implicação ético-politica junto e com as/os moradoras/es das margens, documentando, visibilizando, disputando, reconstruindo e fazendo pensar sobre as múltiplas formas de fazer-cidade e moradia.
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Referências
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