O FÓRUM MUNDIAL E A FEIRA MUNDIAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: DA CARIDADE LIBERTADORA PARA A POLÍTICA PÚBLICA NO BRASIL
A HISTÓRIA E AS CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO ESPERANÇA/COOESPERANÇA-SANTA MARIA -RS –BRASIL
Abstract
A América Latina hoje é palco de inúmeras experiências que buscam enfrentar a tragédia socioambiental causada pela hegemonia neoliberal das últimas décadas. A economia solidária- ES, no espectro da diversidade cultural do nosso continente, se apresenta como um dos caminhos de afirmação de novos valores nas relações sociais de produção (Lianza & Chedid, 2012). Neste viés, a cidade de Santa Maria-RS é reconhecidamente um dos principais pólos de geração de trabalho e renda por meio de Economia Popular e Solidária no Brasil e na América Latina. É a cidade onde vêm ocorrendo conjunta e anualmente a Feira de Economia Solidária do Mercosul, a Feira Nacional de Economia Solidária e a Feira Estadual do Cooperativismo do RS (FEICOOP) organizadas pelo projeto Esperança/Cooesperança com apoio e articulação de diversos segmentos da sociedade. Neste ambiente e com a pretensão de trazer a lume as raízes desse movimento (que transformou questões sociais que assombravam as economias periféricas, nos tempos pós- muro de Berlim, em questões proeminentemente políticas dentro da agenda governamental brasileira e latino-americana), o presente artigo investigou a evolução do Movimento Social da Economia Solidária (ES) a partir da criação do Projeto Esperança/Cooesperança na cidade de Santa Maria-RS. Pretendeu-se também compreender as origens, as correlações e o nexo de o Fórum Mundial de Economia Solidária ocorrer na cidade de Santa Maria apresentando a visão sociopolítica e o relato de uma das principais lideranças do movimento.