A PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
possibilidade de inovação ou uma re-semantização retórica na discussão curricular dos cursos de formação de professores?
Resumen
A discussão da inserção da prática como componente curricular, presente na legislação que trata da organização curricular nos cursos de graduação, aqui circunscritos aos cursos de formação de professores, encaminha-nos para uma reflexão mais contextualizada no cenário das políticas públicas. Essas políticas públicas, que tratam da formação de professores, definem a necessidade de currículos organizados em processos que privilegiem a tematização dos conhecimentos escolarizados; dos saberes da experiência; da iniciação científica; da inserção no campo profissional desde o início do curso, articulando teoria e prática; do estágio supervisionado a partir da metade do curso; da identidade do curso de Licenciatura. As práticas que temos vivido revelam concepções de conhecimento, de aprendizagem e de sociedade, que se situam em um paradigma dominante que privilegia dicotomia sujeito e objeto, mente e matéria, em que o conhecimento é coisificado e separado do processo de construção pessoal. A relação teoria e prática apresenta-se como um problema ainda não resolvido em nossa tradição filosófica, epistemológica e pedagógica. Este artigo busca analisar a inserção da prática como componente curricular no contexto de uma pesquisa interinstitucional: A Licenciatura e a Resolução CNE/CP 2 de 19 de Fevereiro de 2002 -possibilidades e limites - reconfigurações de Projetos Pedagógicos, interrogando a possibilidade de inovação ou de uma re-semantização retórica na organização curricular dos cursos de formação de professores.