Tercer mundo global
as várias identidades dos secos & molhados (1974)
Abstract
O presente artigo objetiva compreender as várias identidades sobrepostas, por vezes contraditórias ou confluentes, na canção Tercer Mundo do conjunto Secos & Molhados. A canção é a primeira faixa do lado A do disco Secos & Molhados II (1974). A letra é um fragmento da Prosa del Observatório (1972) do escritor Julio Cortázar. A prosa trata, no plano metafórico, da insuficiência da razão para compreendermos o mundo. A canção, no rastro das ideias da prosa, mobilizou referências que se alinhavam a essa perspectiva, mesclando elementos estético-ideológicos de ideias que previam uma união latino-americana, ibérica, terceiro mundista e ligada à contracultura. Dessa forma, diante desse quadro complexo, seguimos um caminho de análise que visa identificar o público consumidor e como essas identidades se configuravam e, dependendo do caso, se uniam ou excluíam.