DIFERENTES FRONTEIRAS NA FRONTEIRA
as mulheres negras de umbanda em Santana do Live=ramento - RS e Rivera - Uruguay
Abstract
Frequentemente, ao se tratar de fronteiras, o imaginário popular já volta seus pensamentos para uma figura da fronteira, sua maneira peculiar de falar, de se vestir e seu comportamento, muito ligado à sua proximidade com o país com que faz fronteira. O que é típico nessas linhas que dividem países é de extrema importância para a valorização das expressões que são naturais nesses ambientes. O portunhol, por exemplo, que por muito tempo foi tratado de forma discriminada e visto como um falar não elaborado e de pessoas menos favorecidas, hoje é visto como expressão típica da fronteira e existe um grupo de defensores de uma petição para que o portunhol seja tratado como patrimônio cultural imaterial pela Unesco. Um desses defensores é o historiador Eduardo Palermo. “O portunhol é a linguagem da fronteira, o problema é que essa forma de expressão é sempre discriminada” (PALERMO apud ARIAS, 2015). Esse historiador, além de defender as expressões essencialmente da fronteira,
trabalha em prol de uma valorização da cultura em geral. Além de trabalhar para que o portunhol saia da sua exclusão na fronteira, Palermo também busca uma valorização da cultura afrodescendente, tanto em Santana do Livramento como em Rivera.