ARQUEOLOGIA DAS MARGENS

pensando paisagens e fronteiras

  • Vanessa Avila Costa

Abstract

Procuro por caminhos e percursos. Procuro por aqueles caminhos que foram estabelecidos por uma ordem de poder e nos foram impostos, imprimindo um modo de viver. Procuro pelos trajetos da urbe que, com o próprio ato de caminhar, desbravamos, cotidianamente, apreendendo o sentido das caminhadas pela cidade de Certeau (1994). Procuro, sobretudo, pelos sujeitos que subvertem caminhos e percursos, negando e burlando a normatividade do urbano. São eles que constroem a paisagem da cidade, que está em constante transformação. As trajetórias, por sua vez, como diz Certeau na epígrafe deste texto, tem voz, elas nos “falam” sobre os caminhos que devemos seguir, e nós escolhemos segui-los ou não. A paisagem enquanto coisa é coisificada, é viva; é porosa e fluida, perpassada por fluxos vitais, integrada aos ciclos e dinâmicas da vida e do meio ambiente (INGOLD, 2012, p. 25). Desse modo, conforme Ingold (2005, p. 107), descobrir-caminho depende, acima de tudo, da afinação dos movimentos do(a) viajante em resposta aos movimentos, nas suas redondezas, de outras pessoas, animais, o vento, massas celestiais, etc.

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Published
2022-02-10