O COMPARTILHAMENTO DA VIOLÊNCIA NA ETNOGRAFIA FÍLMICA DE ROSE HIKIJI
O COMPARTILHAMENTO DA VIOLÊNCIA NA ETNOGRAFIA FÍLMICA DE ROSE HIKIJI
Abstract
“Imagem Violência: etnografia de um cinema provocador2”, de Rose Satiko Hikiji3, interpreta os estudos antropológicos sobre imagem de forma motivadora e carrega consigo a força de seu próprio objeto: o cinema industrial, como impulsionador deste campo que se iniciava ao final dos anos 90. O cinema múltiplo, que alcança de forma rápida um público amplo
e que bebe na fonte da cultura urbana midiática, é tomado por Hikiji, não somente como objeto de estudo, mas como acionador de uma metodologia que combina a técnica cinematográfica da montagem com o exercício denso da etnografia. Os filmes cuja violência não se faz presente somente em tema, mas na própria linguagem, criam uma tensão no espectador, sendo este o
motivo para a curiosidade antropológica, que nos desafia a mergulhar em um mundo cinematográfico e encarar o desconforto que a imagem violência causa. Aceitando esta provocação, a autora busca, nos filmes mais violentos lançados pela indústria cinematográfica dos anos 90, entender sua relação com a sociedade e como se comunicam espectadores e imagens de violência.
É oportunidade também de ver, de outra forma, clássicos do cinema de western, gangster ou terror, que fazem parte da filmografia: Cães de Aluguel (1992) e Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino; Fargo: uma comédia de erros (1996), dos irmãos Coen; A estrada perdida (1997), de David Lynch; Violência Gratuita (2007), de Michael Haneke e Assasinos por natureza (1994), de Oliver Stone.