O DESEMPRETECIMENTO PODE SER UMA PRÁTICA DE OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA?
Abstract
Analisa-se falas de usuárias de produtos ditos clareadores e conteúdo de chamadas
publicitárias para comercialização de produtos destinados a desempretecer a
pele, e discursos de youtubers que fazem promoção com objetivo de convencer
as pessoas a usarem esses produtos, além de compreender o sentido que essas
pessoas atribuem a essa prática. Objetiva-se também refletir sobre as diversas
categorias utilizadas para nomeá-la. Após introduzir o tema, em primeiro ponto
expõem-se as justifcativas apresentadas por usuárias, comerciantes e fabricantes
de produtos e, com base nessas justifcativas, no segundo ponto, articula-se
raça e gênero, destacando como essa prática predominantemente feminina
resulta de uma exigência estética pautada numa preferência por uma pele clara
ou menos preta. No terceiro e último ponto, ao problematizar categorias como
branqueamento, despigmentação voluntária usada para denominar essa prática,
devido a seus limites, adota-se o desempretecimento para nomeá-la.