OS REPASSES DO PODER
CORONELISMO, GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICA NO AMAZONAS (2002-2022)
Resumen
O artigo efetua uma análise da política no Amazonas, no século XXI, a partir do conceito de coronelismo, conforme
delimitado por Vitor Nunes Leal. A ênfase dinâmica e relacional do conceito é acentuada, pois ele difere do mandonismo local
dos prefeitos do interior, dependentes dos poderes estadual e federal. A reciprocidade entre o controle eleitoral efetuado pelos
prefeitos e sua dependência dos recursos oriundos de outros entes configura essa relação. A carência das cidades, aliada ao
isolamento geográfico e à história da colonização da região, favorece o exercício do poder local. Porém, a ausência de
recursos próprios torna esses prefeitos dependentes do governador e do presidente, atualizando noções como a de coronelismo
e personalismo como formas vigentes de poder nessa região. Toda uma rede de compromissos, envolvendo deputados,
senadores, vereadores e prefeitos percorre o interior amazonense, configurando uma forma singular de gestão pública e
política. O acesso às autoridades torna-se um dispositivo de poder regional, que desenha as relações sociais cotidianas e
políticas do Amazonas.
Descargas
Citas
1994.
AMAZONAS. Anuário Estatístico do Estado do Amazonas/2018.
Disponível em http://www.sedecti.am.gov.br/indicadores-mapa/. Acesso em
18 de setembro de 2020.
ARAÚJO, André Vidal de. Introdução à Sociologia da Amazônia. Manaus:
Valer, 2003.
BAHIA, Luiz Henrique. O poder do clientelismo. Rio de Janeiro: Renovar,
2003.
BARREIRA, César. Velhas e novas práticas do mandonismo local. Revista de
Ciências Sociais, v. 30, n. 1/2, p 37-43, 1999.
BENCHIMOL, Samuel. Amazônia: formação social e cultural. Manaus:
Valer, 1999.