OS CONFLITOS COMO MOMENTO DE RUPTURA DA HEGEMONIA
CONTRIBUIÇÕES À SOCIOLOGIA E À EDUCAÇÃO AMBIENTAL A PARTIR DE HENRI LEFEBVRE
Abstract
O trabalho desenvolve a hipótese de que os conflitos sociais, políticos e ambientais possibilitam um momento de ruptura tendo como apoio de sustentação à reflexão as pesquisas sobre as lutas socioambientais que mapeamos no extremo sul do Brasil e leste do Uruguai desde 2011 e dados da desigualdade na apropriação da renda na região. Disso afirmaria a tese de que aqueles que vivem e se beneficiam do status quo e do sistema capitalista desenvolvem ações e políticas (em tempos de ditadura de mercado), ou ainda, quando predomina a coerção (através de estados de exceção ou ditaduras civis-militares) tem como pressuposto – explícitos ou não – a ideia de que seu ponto de vista (de militares, empresários, jornalistas liberais e seus funcionários) é o verdadeiro e correto, o normal e o natural no pensar e no viver, e portanto, os conflitos são uma ameaça. Mas, tal discurso entra em contradição com as relações sociais quando diferentes grupos, classes, coletivos entram com confronto, pugna, conflito já que isso seria um indicador (diz Acselrad, 2004) da desigual apropriação, uso e significação da riqueza, das terras/territórios e/ou com as diretivas/ações e políticas dos/nos “espaços de poder” em favor de um dos lados antes homogêneo, agora diverso e em luta. Na primeira parte apresentamos as referencias teóricas sustentadoras da reflexão (da tese) a partir de Henri Lefebvre, Pierre Bourdieu, dentre outros; depois a partir de 3 (três) exemplos apresentamos e discutimos a narrativa sobre a educação na ditadura militar (a moral e cívica); depois, de entusiastas do mercado, sejam empresários, intelectuais, e outros; por fim, uma reflexão mais de fundo sobre a mídia e a produção do consenso em conluio com o Estado e os empresários (as elites). Finalmente, dados empíricos de nossas pesquisas no trabalho do observatório dos conflitos visando fundamentar a hipótese que deu origem a tese referida. Esperamos contribuir com as reflexões à produção de “outra” sociologia e a “outra” educação/educação ambiental.