TEORIA CRÍTICA, INTERFACES E ATUAÇÃO FEMININA NA AUTOPRODUÇÃO HABITACIONAL: OUTRA POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO ARQUITETÔNICA
Résumé
O presente artigo pretende realizar uma reflexão sobre a potencialidade da associação de premissas da teoria crítica da arquitetura e da teoria feminista com o uso de interfaces de projeto - que podem ser instrumentos, objetos, eventos cuja utilização rompa com a ideia de um produto final e prescritivo e aponte para um processo aberto, que depende da interação do usuário - para o desenvolvimento de uma outra prática arquitetônica. Busca-se discutir a relação entre a prática arquitetônica convencional e a perpetuação de relações de poder que influenciam diretamente na experiência de mulheres inseridas na autoprodução habitacional, para então analisar criticamente duas interfaces, o Jogo da Maquete e o Kit Mobiliário. O artigo fundamenta-se na análise das possibilidades de que tais interfaces possam favorecer resistências aos múltiplos sistemas de dominação e opressão, para então discutir sobre como sua associação com o exercício teórico crítico pode criar possibilidades de processos que visem ganhos de autonomia, sobretudo no sentido de mitigar ou, idealmente, subverter o condicionamento feminino do papel de espectadoras do espaço para o papel de transformadoras ativas.
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