URBANOS FURORES: A FEBRE DA PRÁXIS
Résumé
O diagnóstico Lefebvriano de que o principal problema do urbano seria a desintensificação da vida nas cidades e a sua provocação de que o direito à cidade consiste no direito de inventá-la, alimentou o espaço de uma pesquisa de doutorado e impulsionou a aposta na experimentação de uma práxis de apropriação ativa e inventiva do espaço urbano como uma possível ferramenta de intensificação. Este artigo tem como objetivo apresentar a prática singular do jogo Arcanos Urbanos e, levando em conta as potencialidades inventivas do lúdico defendidas na teoria de Johan Huizinga (1971) bem como sua influência nas práticas urbanas da Internacional Situacionista, colocamos a prática deste jogo inventado como herdeiro dos furores urbanos seissentistas. O Arcanos Urbanos realiza-se enquanto um jogo coletivo que dispara uma série de experiências urbanas direcionadas aos espaços públicos da cidade, tomando seus conteúdos como matéria de expressão e engajando os jogadores em um fazer: fabricar com a cidade, numa relação de porosidade com o lugar, um espaço expressivo para ensaiar modos lúdicos e singulares de habitar a cidade.
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