ELA FALA, EU ESCUTO: PREFIGURAÇÕES URBANAS DO DEVIR-MULHER
Resumen
O texto investiga a narrativa como perspectiva teórico-metodológica para os estudos urbanos, abordando o relato de quatro narradoras de territórios periféricos de Porto Alegre sobre suas experiências cotidianas na luta pelo comum. A ruptura do regime de autorização discursiva da cidade universalizada e heteropatriarcal é operada através da visibilização de prefigurações narrativas em um processo de escuta, em que se revelam aspectos do trabalho produtivo/reprodutivo, dos processos de espoliação da mulher, da experiência do devir-mulher e da mobilização de um corpo-território que configura a margem como espaço de abertura radical. A partir do reconhecimento de outros dizeres-cidade refletimos sobre condições de possibilidade para uma configuração urbana aberta, flexível e consonante com a lógica do comum como composição de forças, corpos, trajetórias e memórias em permanente disputa.
Descargas
Citas
GONZALEZ, L. Por um feminismo Afro-latino-americano. Caderno de Formação Política do Círculo Palmarino - Batalha de Ideias, Brasil: n. 1, 2011, p. 12-20. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/271077/mod_resource/content/1/Por%20um%20feminismo%20Afro-latino-americano.pdf Acesso em: 10 setembro 2020.
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 7–41, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773. Acesso em: 20 dez. 2020.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Ed. WMF Martins Fontes, 2017.
KILOMBA, G. Memórias de plantação - Episódios do racismo cotidiano. 1. ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. MORRISON, T. A Origem dos Outros: Seis ensaios sobre racismo e literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. MUÑOZ, F. Urbanalización: paisajes comunes, lugares globales. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2008.
Narradora do Campo da Tuca. Depoimento [ago-set 2020]. Entrevistador: Autoria. [S.n.] Porto Alegre, 2020. 5 arquivos .mp4 (6h34min). Entrevista concedida para Oficina de Narrativas Populares, 2020.
Narradora do Morro da cruz. Depoimento [ago-set 2020]. Entrevistador: Autoria. [S.n.] Porto Alegre, 2020. 5 arquivos .mp4 (6h34min). Entrevista concedida para Oficina de Narrativas Populares, 2020.
Narradora da Ocupação Zumbi dos Palmares. Depoimento [ago-set 2020]. Entrevistador: Autoria. [S.n.] Porto Alegre, 2020. 5 arquivos .mp4 (6h34min). Entrevista concedida para Oficina de Narrativas Populares, 2020.
Narradora da Vila Liberdade. Depoimento [ago-set 2020]. Entrevistador: Autoria. [S.n.] Porto Alegre, 2020. 5 arquivos .mp4 (6h34min). Entrevista concedida para Oficina de Narrativas Populares, 2020. PELBART, P. P. Ensaios do assombro: biopolítica, necropolítica e subjetividade. São Paulo: N - 1 Edições, 2019.
REYES, P.; CARON, D.; CIDADE, D. Narrar por projetos: o projeto narra. In: JACQUES, P. B.; PEREIRA, M. S.; CERASOLI, J. F. (Orgs.). Nebulosas do pensamento urbanístico: Tomo III - Modos de narrar. Salvador: EDUFBA, 2020. p. 254-271. RIBEIRO, D. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. RICOEUR, P. Arquitectura y narratividad. In: Muntañola, J. (Org.). Arquitectonics: Arquitectura y hermenéutica. Barcelona: Edicions UPC, 2003. p. 9-29. ROLNIK, R. et al. Como fazer valer o direito das mulheres à moradia? Relatoria Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada. Paulo: 2011.
ROLNIK, R. Paisagens para a renda, paisagens para a vida. Revista Indisciplinar, Belo Horizonte, v.5, n. 1, jul-out 2019. p. 18-45.
ROLNIK, S. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.
TAVARES, R. B. Indiferença à diferença: espaços urbanos de resistência na perspectiva das desigualdades de gênero. Tese (Doutorado em urbanismo). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015. 229p.
Derechos de autor 2023 Projectare: Revista de Arquitetura e Urbanismo
Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento 4.0.