POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Abandono e resistência de vidas na escassez em meio à opulência
Resumo
A população em situação de rua, grau extremo de vulnerabilidade, conta com o espaço público para manutenção da própria vida. Sua arquitetura é a confecção de aparatos com sobras, em perpétua urgência. Busca-se, neste artigo, relacionar conceitos de sustentabilidade e formas de sobrevivência desta população, situando o tema em Campinas, cidade paradoxalmente com vocação global. O texto aborda a condição de abandono e desamparo dessa forma de vida no meio urbano, refletindo sobre uma desigualdade social sem precedentes, à mercê das próprias estratégias de sobrevivência, correspondendo a contradições entre escassez e opulência. Mediante análise crítica de referências documentais, bases de dados e observação de campo oriundas, como produto, de uma pesquisa de maior amplitude, objetiva-se neste artigo relacionar algumas categorias predicadas como pacto globais, revelando paradoxos perante realidades impostas pela hegemonia do capital. Aponta-se para a atividade de coleta de resíduos sólidos urbanos como uma possibilidade conquistada por esta população.