ILHADOS E ESQUECIDOS

Estudo de caso e proposições para a habitação de interesse social

Resumo

Este trabalho explora as questões habitacionais que os moradores - reassentados em um conjunto habitacional na periferia de Belo Horizonte - enfrentam ao se ver obrigados a morar em um novo lugar e a autoproduzir melhorias habitacionais. Considerando os preceitos da Teoria da Produção do Espaço e da Antropologia Urbana, o trabalho sistematiza as questões habitacionais e os sentidos do abandono, apontados pelos moradores: a busca por um lugar para morar e as condições de vida urbana na região, no conjunto e na unidade habitacional. Durante as visitas de campo, foram empregadas técnicas qualitativas, como a entrevista narrativa e o passeio acompanhado. A intenção é tornar as práticas sócio-espaciais dizíveis por aqueles que tentam resistir ao abandono e instigar caminhos no campo da Arquitetura e do Urbanismo (AU) que contribuam para reverter essa situação encontrada nas tipologias de blocos de apartamentos multifamiliares padronizados, monofuncionais e periféricos, frutos de políticas públicas habitacionais segregadoras. A partir das categorias de abandono encontradas, diretrizes para a tipologia habitacional e políticas públicas são apresentadas, considerando o trabalho de movimentos populares e apoiadores técnicos.