MASCULINIDADE HEGEMÔNICA E VELHICE
A CRISTALIZAÇÃO DO VELHO HOMEM
Resumo
A masculinidade hegemônica se erige no tronco do patriarcado, sendo o machismo o seu traço predominante. Nesse modelo de masculinidade, “ser homem” gravita fundamentalmente nos pilares da força e da virilidade, atributos que declinam com o tempo no intercurso do processo de envelhecimento. Com isso, a identidade do homem quando atinge a velhice é posta em xeque em razão das mudanças nas respostas sexuais por ocasião da disfunção erétil e, também, pela saída do mundo do trabalho em função da aposentadoria ou pela debilidade de saúde. Por conta disso, os homens idosos apresentam resistência na aceitação da velhice, uma vez que ela se apresenta como o decreto da invalidez masculina e inutilidade social. Este trabalho tem como objetivo discutir a produção dos sentidos de violência e de autoviolência por homens idosos que se recusam aceitar o envelhecimento em nome da validação masculina. A metodologia se nutre de uma abordagem interdisciplinar a partir de uma pesquisa de iniciação científica realizada no interior de uma cidade da Amazônia com homens idosos com poder aquisitivo de consumo. Depreendemos que a cristalização dos preceitos hegemônicos de masculinidade corrobora com a menor longevidade dos homens e com a potencialização de suas doenças físicas e psíquicas.