CAMADAS NARRATIVAS NO CINEMA
LISBELA E O PRISIONEIRO E MISE EN ABYME
Resumen
O artigo discute a metanarrativa como recurso estruturador da narrativa fílmica mediante o estabelecimento de níveis diegéticos autorreferentes e articulados entre si. Dessa maneira, a narrativa fílmica objetiva estabelecer a ideia de cumplicidade e de identificação entre o narrador protagonista e o espectador por meio do efeito de mise en abyme que consiste na duplicação sucessiva e infinita da obra de arte ao projetar-se para dentro ou, de forma imaginária, para fora. Para refletir sobre a perspectiva metanarrativa no cinema observa-se a problemática na dimensão empírica a partir da performance da narradora protagonista Lisbela do filme Lisbela e o Prisioneiro (2004) de Guel Arraes, que, ao expor a estrutura narrativa do filme, indica conhecer muito bem o mundo da diegese, ao mesmo tempo em que age como quem paradoxalmente não estivesse dentro de um universo ficcional. Desta forma, Lisbela é capaz de prever e adiantar ao espectador os acontecimentos da narrativa do próprio filme em que está inserida.
Palavras-chave: Narrativa; metalinguagem; metaficção; filme; Lisbela e o Prisioneiro