LIÇÕES DA SOLIDÃO

  • Lílian do Valle

Résumé

Um dos mais decisivos legados da Modernidade foi a instituição de um tipo antropológico original e, a partir daí, dominante: o sujeito isolado. Ora, não são poucos os que creditam a Rousseau um lugar de destaque nessa invenção — o que parece, à primeira vista, plenamente confirmado pela reiterada ocorrência da palavra «só» e da temática da solidão no conjunto da obra do autor. «Poder-se-ia, com efeito», considera Bronislaw Baczko, «definir toda a biografia de Jean-Jacques como a história de um crescente isolamento, como a história de uma solidão.» Mas deveria, assim, o exame filosófico, sobretudo no que se refere a nosso polêmico autor, dobrar-se inteiramente à dominância do argumento biográfico? Afinal, o que a solidão de Rousseau teria a nos ensinar ainda hoje?

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