ESCOLAS ALTERNATIVAS E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO DO DESEJO
Resumen
Neste artigo discutimos a constituição do sujeito através dos processos educacionais vividos nas chamadas escolas alternativas. O foco de nossas reflexões está centrado na função de mediação da educação entre o sujeito, que se constitui simbolicamente, e a dimensão social, aqui denominada o Outro da cultura. Interessa-nos pensar o sujeito como uma categoria que se constitui por meio de processos identitários engendrados por discursos pedagógicos em meio às finas tramas do poder. A categoria de sujeito desejante tem papel fundamental nesta reflexão sobre o processo de subjetivação levado a efeito pelas práticas das chamadas escolas alternativas. O sujeito e seu desejo estão assim profundamente implicados na produção de identidades efetuadas pelas práticas educativas dessas escolas, tanto quanto das denominadas escolas tradicionais. Nesse sentido, as escolas alternativas não podem perder a percepção do risco de que seus projetos também possam operar como um refinado dispositivo de disciplinamento, de conformação, de constituição de subjetividades, que possam interessar ao sistema de produção flexível e à atual economia de mercado globalizado. É isto o que constitui a dimensão política nos embates no campo da educação; embates que as escolas alternativas não podem ignorar.