PARA LER PAULO FREIRE POR MEIO DA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO, NA CONDIÇÃO DE AMBIENTALISTA
Resumo
Para trabalhar com a educação progressista, é necessário estar aberto às formas de ensinar que desvelam o direito tanto do professor quanto do aluno de denunciar e de anunciar. Esses efeitos pedagógicos contemplam um sujeito ativo e consciente das opções e do lugar que ele ocupa no contexto sociocultural. Neste artigo, pretendemos estabelecer a relação entre os elementos que compõem a estrutura de Professora sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar de Paulo Freire, salientando o sentido recepcional da obra. Nesse sentido, é viável relacionar o educador em estudo a uma construção comprometida com a cidadania e o pensamento ecológico, isto é, tornar o pensamento ecológico um verdadeiro espaço pedagógico, visto que o caráter emancipatório, transformador, crítico ou popular, refere-se, sobretudo, a uma educação ambiental transversal, pois oferece questionamentos sobre a vida e a natureza nas diversas modalidades de ensino. Por conseguinte, numa abordagem ambiental, é imprescindível que as soluções façam referência à compreensão da dinâmica da vida, num contexto produzido em sociedade humano-histórico-cultural. Apesar de a narrativa não ter um referencial concreto do autor enquanto ambientalista, há uma identificação com a Educação Ambiental (EA), desenvolvida por uma atenta visão que reinventa o próprio fazer.