NEGROS (IN)DÓCEIS

A PRODUÇÃO DO CONTROLE E DO PUNIR NO(S) CORPO(S) FEMININO(S) NEGRO(S) QUE HABITAM AS PRISÕES

  • Hélen Rejane Silva Maciel Diogo
  • Tatiana de Mello Ribeiro
Palavras-chave: Corpos (in)dóceis, Controle e punição, Mulheres negras, Prisões

Resumo

A escrita apresenta os movimentos de pesquisa acerca dos corpos que habitam as prisões, a partir de uma perspectiva teórico crítica desenvolvida pela autora Juliana Borges e pelo autor Michel Foucault. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa na qual buscamos responder a seguinte questão: quais são os corpos, que habitam as prisões brasileiras? Nesse sentido, designamos os corpos negros como sujeitos (in)dóceis, submetidos as práticas de controle, de vigilância e de repressão, com intuito de abolir a sua representação simbólica e física, entendidas como princípios da colonialidade do poder, a qual se vale da observação e vigilância para ‘educar’ e enquadrar os corpos negros na norma. Além disso, problematizamos os altos índices de encarceramento das mulheres negras, principalmente como outro modo de aprisionamento que consolida cotidianamente o racismo e as práticas de opressão e violência contra as mulheres. Tendo assim, a sua liberdade inviabilizada   e cerceada em prol de uma dinâmica colonial, a qual justifica a preferência por determinados corpos na posição de dominados, a partir de um sistema que age de modo a legitimar o poder disciplinar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, Dina. Rés negras, juízes brancos: Uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana. Revista CS [online]. 2017, n.21, p. 97-120. Disponível em:< https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=476352725005> Acesso em 03 ago 2021.
ARAÚJO, Danielle Ferreira Medeiro da Silva de. Juventude negra no Brasil: para uma desconstrução de um corpo marginal e descartável. Caderno Sisterhood. v. 3, n.,março, 2019.Disponível em: .Acesso em : 03 ago 2021.
ASSUMPÇÃO, Vinícius de Souza. A gestão do corpo negro no Brasil: da democracia racial ao genocídio. Revista de Criminologias e Políticas. Brasília, v. 3,n.1, p. 20 – 41, Jan/Jun. 2017.
BORGES, Juliana. Encarceramento em Massa. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019, 144p.
COLLINS, Patrícia Hills;BILGE,Sirma. Interseccionalidade. Tradução Rane Souza.1. ed.São Paulo: Boitempo, 2020.
DINIZ,Debora. Cadeia: relato sobre mulheres. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2015.224p.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 38 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
GOMES, Camilla de Magalhães. Corpos negros e as cenas que não vi:Um ensaio sobre os vazios de uma pesquisa criminológica situada. Sistema Penal & Violência.Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 16-28, jan.-jun, 2016.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Souza; MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009. p. 73-118.
ROSA, Miriam Debieux; BINKOWSKI, Gabriel Inticher, SOUZA, Priscilla Santos de. Tornar-se mulher negra: uma face pública e coletiva do luto. Clínica & Cultura, v. 8, n.1, jan-jun, p.86-100,2019.
SOUSA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social.2 ed. Rio de Janeiro: Edições Graal,1983.
Publicado
2022-09-15
Seção
Artigos