NO FUNDO DE UM POÇO VAZIO
A SOLIDÃO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA ATRAVÉS DA PERSONAGEM CLEO, EM DO FUNDO DO POÇO SE VÊ A LUA
Resumen
Esse trabalho foi realizado no âmbito do Projeto de Pesquisa Amores Expressos: Identidades Ocultas (UFPel). Na investigação do projeto, elenca-se algumas representações de identidades às margens e/ou fragmentadas, na literatura contemporânea, restringindo-se às personagens produzidas no projeto literário Amores Expressos, idealizado pela Companhia das Letras em 2007. Uma dessas personagens é Cleo, uma mulher trans, protagonista do romance de Terron, Do Fundo Do poço se Vê a Lua[1], objeto analítico desse artigo. Para a análise dela considerou-se perspectivas formuladas a partir da teoria da Literatura e Crítica Social. É importante, ainda, uma abordagem a partir da Teoria Queer. Foi realizada, portanto, uma revisão bibliográfica iniciada a partir da obra de David Willian Foster. Compreende-se aqui que a Teoria Queer foi a vertente mais viável para atingir o objetivo dessa produção, que é a construção de uma reflexão sobre a condição de solidão da personagem Cleo. Durante essa análise, entende-se que a personagem é atravessada pelas estruturas do machismo e da transfobia, braços fortes do patriarcado no controle dos corpos. Cleo acaba, invariavelmente, empreendendo em uma busca solitária por sua identidade. Imersa em sua fragmentação, suas escolhas acabam levando-a para descaminhos entre a “fama” e o abuso de seu corpo no submundo da dança do ventre, na Cidade do Cairo, local onde é violentada e morta por mãos dos homens. Essa Análise se encaminha, ainda, à possibilidade de se traçar uma comparação interartística. Conclui-se que Terron tece em sua obra um enredo que se aproxima de paradigmas de representação arraigados nos conceitos da década de 80. Ao se realizar o confronto dessa obra com produções mais recentes, no contemporâneo, percebe-se mudanças nos paradigmas de representação de personagens LGBTQIA+ em nossa cultura.
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Citas
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