PARA LER (PO)ETICAMENTE O IMAGINÁRIO OCEÂNICO
Abstract
fundada em e circunscrita a um exercício performativo de uma suposta neutralidade da linguagem científica, a Oceanografia, inserida no que se tem chamado de Ciências do Mar, tem se mostrado, apesar de insurgências contra-hegemônicas, fixada aos pilares onto-epistemológicos da modernidade, (re)produzindo e fazendo reproduzir, em sua formação acadêmico-profissional, discursos e condutas que perpetuam e fortalecem as estruturas colonizadas e colonizadoras do Mundo Ordenado, silenciando outras narrativas. dado que essa configuração tem se mostrado, além de fechada em si mesma, insuficiente em responder questões mais complexas, (me) proponho a pensar, aqui, a partir de posicionamentos críticos situados, normativo-dissidentes, feministas, queer/cuír, antirracistas, anticapitalistas, ambientalistas, de(s)coloniais, mas principalmente pela poética negra feminista, para além de um diálogo (que sempre-já ocorre) entre o campo e as ditas Ciências Humanas e Sociais, de outro modo, especulando a propósito da (ao mesmo tempo que busco rasgar e encontrar as aberturas para a) possibilidade de uma relação implicada nos/com os ambientes aquáticos, costeiros, oceânicos, mergulhando, para isso, nas ficções do imaginário coletivo esvaziado de outras componentes que não as concepções estruturantes desse arquivo oceânico, tomando como proposição (po)ética a rota (de fuga) de uma oceanologia do mundo implicado, que busca se posicionar de modo a não repetir as configurações fractais da violência colonial/racial/capital constituintes próprias do sistema do Mundo Ordenado.
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References
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