Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia
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<p>A revista Tessituras é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e pretendemos que a Tessituras promova uma marca própria da Antropologia e Arqueologia feita no extremo sul do Brasil e, ao mesmo tempo, abra um canal de diálogo importante e duradouro com a produção de outros espaços de produção acadêmica.</p>Universidade Federal de Pelotas (UFPel)pt-BRTessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia2318-9576Editorial
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<p>Editorial</p>Luceni Hellebrandt
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2023-06-292023-06-2911111Lagoa de Guaraíra/RN-Brasil
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<p>A atividade da pesca artesanal desenvolvida pelas comunidades localizadas no Complexo Lagunar Bonfim-Guaraíra, é a principal forma de trabalho e renda, além de ter uma grande importância cultural. Parte-se do pressuposto que o espaço social da lagoa não é apenas material e paisagístico, existem significados sociais intrínsecos ao modo de vida dos pescadores e marisqueiras. O objetivo deste artigo é dialogar com as teorias sobre tempo, espaço e cultura, para tentar compreender como os interlocutores constroem e reconstroem o espaço em que vivem e de que forma isso está relacionado com a cultura local. A partir da análise dialética entre as teorias e as notas do diário de campo (pesquisa piloto empírica, realizada entre os meses de janeiro/2014 a agosto/2014), pretende-se apreender os significados sociais e culturais da Lagoa de Guaraíra. Por fim, depreendeu-se que os diálogos teóricos sobre tempo, espaço e cultura foram vivenciados e correlacionados aos diálogos empíricos, a partir dos discursos sobre a construção do espaço da lagoa e dos significados socioculturais inerentes às atividades de pesca, mariscagem e lazer no estuário. </p>Luênia Kaline Tavares da SilvaFrancisca de Souza Miller
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2023-06-262023-06-26111223A “verdade das pedras”
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<p>A proposta deste artigo é refletir sobre o “mundo da pesca” inerente a um grupo de pescadores na localidade de Gargaú, bairro encrostado no estuário do Rio Paraíba do Sul, pertencente ao município de São Francisco de Itabapoana. Por meio de uma pesquisa de campo preocupada com registros via itinerários etnográficos e registros das falas dos sujeitos em entrevistas, pensa-se o “mundo da pesca” de Gargaú. Mundo este dotado de segredo, contra-segredo, normas e convenções próprias à sobrevivência na atividade pesqueira nesta localidade. A partir dessas reflexões, aponta-se para o uno fragmentado inerente a esta prática laboral e percebe-se toda uma dinâmica voltada a um direito coletivo próprio aos sujeitos que fazem da faina pesqueira a sua vida cotidiana. Este artigo é resultado de pesquisa financiada pelo Projeto de Educação Ambiental (PEA) Pescarte que é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.</p>Leandro Garcia PinhoEduardo Moreira
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2023-06-262023-06-261112443Pesca semi-industrial da tainha? Isso existe?
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<p style="font-weight: 400;">A historia da pescaria da tainha nas comunidades de pescadores artesanais do sul do país é antiga e está imbricada na própria historia de origem de diversas comunidades pesqueiras. O arrastão de praia é uma prática antiga, tradicional, conhecida por agentes do Estado e diversos pesquisadores que a relataram e detalharam arduamente. Porém, o que acontece quando os agentes do Estado se deparam com uma pescaria de tainha completamente desconhecida e que aparentemente possui caracteristicas diferenciadas do arrasto de praia, através da utilização de embarcações maiores e apetrechos como anilha? Rapidamente o agentes Estatais buscam tachá-los, caracterizá-los, escondendo seus traços historicos e culturais através de conceitos como semi-industrial. A partir disso, esse artigo busca compreender a pescaria de emalhe anilhado na comunidade Farol de Santa Marta e a discussão em torno da sua tradicionalidade. </p>Ana Paula Rainho
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2023-06-262023-06-261114458O Mercado e o Estado
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<p>O presente trabalho pretende refletir, a partir de dois casos etnográficos, o modo como a identidade social de pescador artesanal é construída em dois contextos socioculturais diferentes, a saber, em Portugal e no Brasil. O caso português foi observado em um povoado de pescadores chamado Carrasqueira e localizado na costa central do país. A etnografia do caso brasileiro foi realizada na Ilha da Marambaia localizada no sul do estado do Rio de Janeiro. Os dados etnográficos relevam como estas “identidades sociais” – tão marcadas pela dedicação ao ofício pesqueiro – são acionadas e de que maneira elas são reconhecidas pelos estados nacionais e pelos próprios grupos sociais.</p>José ColaçoFábio Reis Mota
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2023-06-302023-06-301115974Da tutela à luta pela autonomia
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<p>Ao considerar a importância da pesca artesanal para a economia familiar e a reprodução de modos de vida e práticas culturais de uma grande quantidade de comunidades situadas em todo território nacional, este ensaio procura recuperar a forma como pescadores e pescadoras se relacionaram historicamente com o Estado brasileiro. A análise das políticas governamentais e regulações da pesca até os dias de hoje pode iluminar nossa compreensão sobre os modos como estes/as foram se constituindo como sujeitos das políticas de Estado e formulando as pautas de sua luta por direitos. Diferentes direcionamentos alicerçaram as políticas governamentais da pesca ao longo do tempo. Mais recentemente, a vinculação entre as políticas da pesca e as políticas de proteção ambiental se apresenta como uma alternativa importante à manutenção dos modos de vida tradicionais ligados à pesca artesanal. A análise mais abrangente das políticas estatais e das formas de organização política de pescadores/as é complementada pela visão particular de três importantes lideranças, pessoas que participaram ativamente das lutas pelo reconhecimento de seus direitos no Brasil.</p>Deborah Bronz
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2023-06-262023-06-261117594Moralidades em disputa
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<p>O presente texto é produto de análises decorrentes de pesquisa de campo na comunidade tradicional da Vila do Araçá, em Porto Belo/SC/Brasil. O objetivo central desta foi acessar os sistemas de conhecimento e os modos de organização desse povoado para desenvolver as atividades de pesca que promovem o sustento cotidiano de suas famílias. Procura-se compreender as relações comunitárias e o sentimento de pertença a este espaço geográfico. Acessando então a relação dessas pessoas com o território e uso que fazem do ecossistema, busca-se verificar se há interferências geradas a partir da instalação de Unidades de Conservação no território da comunidade, sua relação com a legislação ambiental que desde a década de 1930 restringem práticas pesqueiras outrora comuns, bem como com os processos de urbanização e turismo da região, que passam a ocorrer a partir da década de 1980.</p>Silvia Beatriz Mendonça
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2023-06-262023-06-2611195114“Pra defender meu território, viro Enxu”
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<p>Esse artigo é parte de minha pesquisa de dissertação de mestrado, na qual busquei refletir sobre o protagonismo de um grupo de mulheres, pescadoras artesanais, que se organizaram, inicialmente, para proporcionar formação profissional para que as mulheres da comunidade pudessem conquistar a autonomia financeira a partir da economia solidária e sustentável, mas que, diante de um conflito territorial, estiveram no fronte da batalha em defesa do território da sua comunidade tradicional de pesca, que foi ameaçada pela especulação imobiliária quando um italiano alegou ter comprado 184 mil hectares da comunidade. Utilizamos o método etnográfico de observação participante, com o qual busquei, na vida cotidiana e na luta política, compreender a identidade e o pertencimento da comunidade. Encontramos, através do resgate das memórias e da narrativa da origem do povoamento na década de 1920, quando uma enchente fez com que os moradores de Canto de Baixo se mudassem para a praia de Enxu Queimado, as mulheres já protagonizavam o cuidado e a sobrevivência da comunidade. Além disso, elas já reconhecidas como pescadoras e não meras ajudantes como era comum nesse período</p>Patricia Jeanny Araújo Cavalcanti MedeirosFrancisca de Souza Miller
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2023-06-302023-06-30111115140Conhecimentos e pesca artesanal feminina
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<p>Este trabalho busca refletir sobre os variados conhecimentos de mulheres que atuam na cadeia produtiva da pesca artesanal, em diálogo com suas experiências de escolarização e as possibilidades da educação não formal. O foco recai no cotidiano de mulheres de seis comunidades do município de Cabo Frio/RJ. O estudo possui caráter qualitativo e adotou como procedimentos metodológicos a realização de entrevistas semi estruturadas gravadas e transcritas integralmente assim como observação direta e registros fotográficos, gerando documentos que foram posteriormente analisados (GIL, 2008). Os relatos das entrevistadas evidenciaram uma forte cultura pesqueira feminina que se encontra no seio de suas famílias entre gerações. Esses conhecimentos se perpetuam por meio da educação informal e concentra a riqueza cultural, o sustento das mulheres e suas famílias e seus grupos sociais. Os conhecimentos escolares não sobressaem na rotina das entrevistadas, onde prevalece a baixa escolaridade. Há conhecimentos adquiridos fora do ambiente doméstico e escolar, próprios da educação não formal, que contribuem na busca por direitos sociais.</p>Mariana Sena LopesSilvia Alicia Martinez Alicia Martinez
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2023-06-302023-06-30111141162A pesca artesanal do aviú (Acetes marinus):
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<p style="font-weight: 400;">A pesca artesanal do aviú (<em>Acetes marinus</em>) é uma das principais atividades produtivas praticada pelos ribeirinhos do município de Cametá, na Amazônia paraense. Assim, a pesquisa teve como objetivo analisar e caracterizar a pesca artesanal do aviú e suas contribuições para a vida dos ribeirinhos da localidade de Ponta do Luciano de Cametá Tapera. Foram utilizadas no trabalho as metodologias como observação participante, entrevistas não diretivas e aplicação de questionários semi-estruturados. A pesquisa demonstra que os pescadores e pescadoras possuem rico conhecimento sobre a pesca, obtido por meio da convivência e relação com a natureza. A atividade é realizada por arrasto na margem esquerda do rio Tocantins, entre maio e junho. Utilizam como apetrecho o pano de aviú, além de baldes, paneiros e sacos plásticos que são utensílios empregados para acondicionar o aviú. A pesca apresenta maior produtividade durante as noites escuras e maré vazante e após a pescaria, o aviú passa por processamento, podendo ser frito ou seco. A atividade se caracteriza pela transmissão de saberes que remete aos ensinamentos dos antepassados e ainda resiste até os dias atuais.</p>Lílian Lopes GuedesFlávio Bezerra BarrosFagner Freires de Sousa
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2023-09-252023-09-25111163185El mar los atrapa”. Socialización, conocimientos y “otros” significativos en las pesquerías artesanales:
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<p lang="es-MX" align="JUSTIFY"><span style="font-size: medium;">El articulo trata sobre los procesos de aprendizaje y las diversas fases y contenidos de la socialización para los pescadores artesanales. Se aborda el proceso de redescubrimiento guiado en el cual cada generación descubre las habilidades por ellos mismos bajo la guía de practicantes más experientes. Este proceso implica una forma de percibir, interactuar, habitar y conocer el entorno que involucra lo humano y lo no-humano, lo local y lo global, la territorialización y la desterritorialización. Se observa una heterogeneidad en lo que entendemos por pesquerías artesanales cuyas clasificaciones nativas refieren a formas de diferenciación e identificación. Asimismo, aparecen referentes (humanos y no-humanos) en el camino de quienes se inician en estas, y muchas veces hay una continuidad entre la relación de guiar en la práctica y otras dimensiones de la vida. El mar es un otro significativo que muta su agencia y su género. Se identifica como proveedor de diversas especies y al mismo tiempo se asocia con el riesgo y la posible perdida de lo más preciado: la vida del pescador.</span></p>Leticia DAmbrosio
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2023-10-302023-10-30111186212“Pescadoras, não, somos pescadeiras”:
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<p>O presente ensaio aborda a atuação de mulheres frente a iniciativas sustentáveis, em busca de políticas públicas que contemplem suas práticas cotidianas voltadas para a pesca artesanal, cultivo de hortaliças e criação de pequenos animais, trabalho este invisibilizado na conjuntura patriarcal e sexista. No baixo Amazonas, às margens do rio-mar ou nos lagos interiores do município de Parintins, mulheres pescadoras que se autodenominam “pescadeiras” enfrentam inúmeros desafios para atuar como pescadora profissional num universo ainda predominantemente masculino. Diante disso, têm-se unido em parcerias, reunindo-se entre elas em busca da reativação do manejo de pesca na região de várzea do complexo lacustre Macuricanã, principal atributo da unidade de conservação APA - Nhamundá em Parintins/AM. O modo de vida, as práticas pesqueiras, a luta pelos espaços de decisões, as atuações como líderes comunitárias e as iniciativas sustentáveis encontram diferentes formas de opressão e discriminação, sobretudo de gênero, da divisão sexual do trabalho e das diversas implicações no uso do território que atravessam a vivência das pescadoras e demonstram que o capitalismo, as estruturas patriarcais e sexistas estão presentes no mundo da pesca e tendem a se sobrepor no cotidiano das pescadeiras.<span class="Apple-converted-space"> </span></p> <p>interseccionalidades<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a> que atravessam os corpos dessas mulheres e demonstram que o capitalismo, as estruturas patriarcais e sexistas estão presentes no mundo da pesca e tendem a se sobrepor no cotidiano das mulheres pescadeiras.</p> <p> </p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"><sup>[1]</sup></a> https://www.politize.com.br/interseccionalidade-o-que-e/</p>Vilselia PiresCarmen Rial
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2023-11-152023-11-15111213227