CULTIVANDO RESISTÊNCIA
cuidado e proteção frente aos riscos nas práticas de uma chazeira quilombola
Resumo
Este trabalho parte de uma pesquisa etnográfica realizada na comunidade quilombola Umbu, entre os anos de 2015 e 2018. A partir de uma contextualização da comunidade, com enfoque na experiência das mulheres, surge a percepção do risco como fator presente no cotidiano.
Através da articulação de estratégias de proteção, as mulheres do quilombo criam resistências aos perigos que rondam a comunidade, relacionados às muitas formas que assume o projeto colonizador. O aprofundamento desse olhar sobre as práticas de uma chazeira da comunidade permite perceber tais estratégias em sua relação com as plantas medicinais, onde há também
risco, envolvendo a legitimidade de seu saber não-hegemônico. O corpo surge, então, como lugar de produção da resistência, através da memória e da oralidade, assim como o território ao redor da casa, onde as plantas medicinais são protegidas pela escolha de sua localização, da qual elas também participam.