“Pescadoras, não, somos pescadeiras”:
gênero e protagonismo na pesca artesanal na Área de Proteção Ambiental Nhammundá em Parintins/AM
Resumo
O presente ensaio aborda a atuação de mulheres frente a iniciativas sustentáveis, em busca de políticas públicas que contemplem suas práticas cotidianas voltadas para a pesca artesanal, cultivo de hortaliças e criação de pequenos animais, trabalho este invisibilizado na conjuntura patriarcal e sexista. No baixo Amazonas, às margens do rio-mar ou nos lagos interiores do município de Parintins, mulheres pescadoras que se autodenominam “pescadeiras” enfrentam inúmeros desafios para atuar como pescadora profissional num universo ainda predominantemente masculino. Diante disso, têm-se unido em parcerias, reunindo-se entre elas em busca da reativação do manejo de pesca na região de várzea do complexo lacustre Macuricanã, principal atributo da unidade de conservação APA - Nhamundá em Parintins/AM. O modo de vida, as práticas pesqueiras, a luta pelos espaços de decisões, as atuações como líderes comunitárias e as iniciativas sustentáveis encontram diferentes formas de opressão e discriminação, sobretudo de gênero, da divisão sexual do trabalho e das diversas implicações no uso do território que atravessam a vivência das pescadoras e demonstram que o capitalismo, as estruturas patriarcais e sexistas estão presentes no mundo da pesca e tendem a se sobrepor no cotidiano das pescadeiras.
interseccionalidades[1] que atravessam os corpos dessas mulheres e demonstram que o capitalismo, as estruturas patriarcais e sexistas estão presentes no mundo da pesca e tendem a se sobrepor no cotidiano das mulheres pescadeiras.
[1] https://www.politize.com.br/interseccionalidade-o-que-e/
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