ENTRE A CIÊNCIA E A POLÍTICA
desafios paraa formação em Antro´pologia no Brasil
Resumo
Desde o ano de 2008 um grupo de professores(as) da Universidade Federal de Pelotas vêm desenvolvendo um importante trabalho de consolidação da área de Antropologia nesta Universidade. Por razões da história institucional, a Antropologia na UFPEL começa a consolidar-se, primeiro, com a criação de um Bacharelado em Antropologia e, depois, com a estruturação de um Pós-Graduação em 2012 com o curso de Mestrado e, desde 2016, com o curso de Doutorado. Fica evidente neste rápido crescimento da Antropologia na UFPEL o acerto dos que, no início do processo, optaram por criar o curso específico de graduação em Antropologia, iniciativa original à época da criação do curso1. Na UFPEL, a Antropologia existia na grade curricular do curso de Ciências Sociais e em algumas disciplinas dispersas em diferentes cursos. Porém, em razão da
política institucional, a disciplina tinha dificuldades de crescimento por ter um espaço de pouca importância e influência no curso de Ciências Sociais. Essa situação periférica da Antropologia no curso de Ciências Sociais expressava-se no organograma institucional, uma vez que a Antropologia não estava e não está alocada no mesmo Departamento e no mesmo Instituto. A Antropologia era acolhida pelo Departamento de História e atualmente integra o Departamento de Antropologia e Arqueologia, junto ao Instituto de Ciências Humanas. Portanto, na UFPEL, o debate levantadonos fóruns da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) nos primeiros anos do novo milênio sobre o espaço da Antropologia nos cursos de Ciências Sociais do Brasil era extremamente pertinente em 2008. A opção à época foi rejeitar a tradição brasileira da graduação em Antropologia ficar à cargo do curso de Ciências Sociais2. Propôs-se uma parceria entre a Antropologia e a Arqueologia para criar o Bacharelado em Antropologia com duas áreas de formação, Antropologia Social e Cultural e Arqueologia.