POVOS INDÍGENAS, DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS

Apaniekrá e Ramkokamekra-Canela, Poder Tutelar e Agro-negócio no Sertão Maranhense

  • Adalberto Luiz Rizzo de Oliveira
Palavras-chave: Apaniekrá e Ramkokamekra-Canela, Desenvolvimento Étnico e Regional;, Segmentos Sertanejos, Agências Tutelar e de Desenvolvimento

Resumo

O centro-sul do Estado do Maranhão experimentou, nas últimas décadas, mudanças econômicas e socioambientais decorrentes do desenvolvimento regional. Esse processo impactou a organização social e simbólica dos grupos indígenas locais, com a imposição da lógica do mercado sobre a da auto-sustentação destes grupos. Os Apaniekrá e Ramkokamekra-Canela (Jê-Timbira) foram envolvidos por essa nova
fronteira econômica, com a implantação do Projeto Ferro-Carajás e do Programa Grande Carajás, transformando fazendas e núcleos sertanejos em empreendimentos do agro-negócio - lavouras de soja, cana-de-açúcar, eucalipto, criação de gado - o que levou a FUNAI a realizar estudos para a revisão demarcatória das Terras Indígenas Kanela e Porquinhos. Com apoio de políticos locais, os sertanejos têm obtido junto ao INCRA e ITERMA, a titulação das terras que ocupam e a criação de  novos assentamentos rurais, enquanto agências federais, estaduais e ONGs têm implementado projetos de desenvolvimento étnico e local junto a grupos indígenas e regionais. O trabalho analisa os impactos das intervenções vinculadas ao desenvolvimento sobre os Apaniekrá e Ramkokamkra-Canela e as respostas por estes elaboradas, através de movimentos sócio-religiosos e do associativismo indígena.

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Publicado
2021-12-03
Seção
Dossiê Especial:"Territórios Tradicionais, Impactos Socioambientais e Patrimônio