ARQUEOLOGIA NAS FRONTEIRAS DA BAIXADA MARANHENSE

AS OCUPAÇÕES PRÉ-COLONIAIS DOS SÍTIOS BOCA DO CAMPO E MEARIM 01 E POSSÍVEIS RELAÇÕES COM AS ESTEARIAS

  • Alexandre Guida Navarro
  • André Heron Carvalho dos Reis
  • Wesley Charles de Oliveira
Palavras-chave: Resgate arqueológico, Baixada Maranhense, estearias, fronteira cultural, apliques cerâmicos

Resumo

Este artigo resulta do trabalho de gestão arqueológica que culminou no resgate de dois sí tios da Baixada Maranhense no curso da implantação do Projeto de Extensão da Estrada de Ferro Carajás, no Pará, até o porto de Itaqui, no Maranhão. O Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Maranhão (LARQ/UFMA) forneceu o endosso institucional. O primeiro deles, o sítio Boca do Campo está situado em uma área alagável, sendo seu material arqueológico similar aos assentamentos de tipo estearias, caracterizadas pela construção de aldeias em cima de esteios, dentro dos lagos e rios da região. O outro sítio arqueológico é o Mearim 01, que está assentado em terra frme, cujo material arqueológico, mais antigo que o das estearias, assemelha-se mais ao dos grupos Tupis. Existem semelhanças entre as
formas modeladas de cerâmica dos povos que habitaram o sítio Boca do Campo e aqueles que viveram nas estearias. Uma vez que a tecnologia cerâmica da fabricação de modelados  do sítio Boca do Campo é diferente das estearias, sugerimos que os povos que ocuparam aquele sítio copiaram ou imitaram os apliques dos vasilhames dos povos palafíticos, evidenciando, deste modo, uma fronteira cultural entre estes grupos humanos.

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Publicado
2022-03-02