RODA/CAMADA/OITIVA

O ANTROPÓLOGO COMO FEITOR DE IMAGENS

  • Geslline Giovana Braga
Palavras-chave: arte, antropologia visual, capoeira, transdisciplinaridade

Resumo

O presente artigo é uma sobreposição de produções recentes atravessadas pela
antropologia, imagem e arte. Ao arranjá-las numa sequência, pretendo mostrá-las
(como num circuito) e, no mesmo fluxo, discutir as potencialidades da produção artística como forma de reflexão para o antropólogo no “momento etnográfco” da criação e da recepção da produção imagética. As produções são apresentadas sem introdução e as considerações fnais encerram as três reflexões de “imaginação etnográfca”. O primeiro trabalho apresentado é a forma da tese de doutorado “A Capoeira da roda, da ginga no registro e da mandinga na salvaguarda”, apresentada ao programa de pósgraduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo, em 2017. O segundo é a série “Capoeira em escalas”, são quase-colagens que sobrepõem imagens clássicas da Capoeira, imagens produzidas por capoeiristas e registros feitos por mim em campo. A proposta para sobreposições é que elas sejam um equivalente visual do texto da tese, apresentando reflexões sobre as diferentes representações produzidas por capoeiristas, Estado e antropóloga sobre a patrimonialização e salvaguarda da Capoeira. O terceiro é o ensaio “Na oitiva”, uma sequência de imagens selecionadas por uma temática percebida na recorrência dos registros em campo. A noção de feitor apresentada no título tem uma dupla acepção: primeiro no sentido de fazer, produzir e criar, e o segundo, associado às “memórias não-vividas” da Capoeira, nas quais o “feitor”, no período escravocrata, era quem executava a violência, o castigo e o sacrifício.

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Publicado
2022-02-23
Seção
Antropoéticas: outras etnografias