POTENCIALIDADES DA EXPERIMENTAÇÃO COM AS GRAFIAS NO FAZER ANTROPOLÓGICO
IMAGENS, PALAVRAS E MONTAGENS
Resumo
Este artigo se alicerça em experiências de pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos anos, que resultaram em um aprofundamento teórico-metodológico do estudo das imagens no campo da pesquisa antropológica. Os estudos afliam-se a uma epistemologia e heuristica do visual utilizando-se da experimentação com as grafas – da escrita e imagens – como modos de fazer capazes de potencializar as operações de “montagens” como lugar de conhecimento em antropologia. Tomando como ponto de partida um duplo questionamento antropológico sobreas imagens, acerca de temas relacionados aos arquivos de fotografas, narrativas e trajetória visuais de vida, neste artigo interroga-se: de um lado, o quê e como se afeta, se narra e se lê uma imagem e, de outro, o quê e como se mostra, se imagina e se ouve uma imagem. Nesta direção, noções antropológicas sobre as imagens (BELTING, 2004) são problematizadas, recorrendo-se ao universo das montagens “dos atlas” (WARBURG, 2010; DIDI-HUBERMAN, 2013b) – e não apenas “dos álbuns” – para perscrutar o conhecimento por imagem constituido nas intersecções do pensar e imaginar.