"A CIDADE É SEM FIM IGUAL A TUA JANELA"

INTERVENÇÕES, AFETOS URBANOS E DEAMBULAÇÕES EM FORTALEZA/CE

  • Lara Denise Oliveira Silva
  • Glória Maria dos Santos Diógenes
Palavras-chave: Prática de espaço, Caminhada, Contra-uso

Resumo

O texto ora apresentado refere-se a uma experiência de prática de espaço (CERTEAU, 1994) vivenciada em Fortaleza, capital do Ceará. Tendo como eixo norteador as intervenções de arte urbana gravadas com tinta spray nos muros, paredes e outras superfícies urbanas, parte-se do pressuposto que registros de natureza pessoal, íntima, subjetiva e amorosa (BARTHES, 1991) feitas no espaço público convidam a debater a dimensão dos afetos e da emoção no contexto das cidades. A partir de caminhadas, recortadas nos trajetos cotidianos das pesquisadoras e incorporadas como dispositivos metodológicos, a busca por palavras/imagens suscitou encontros singulares com inscrições que povoam o referido cenário urbano. Seguindo pistas e buscando indícios (GINZBURG, 2002), percebeu-se uma malha (INGOLD, 2012) composta por fos imaginários e rastros de palavras que a primeira vista parecem “soltas” ou desconexas, mas que ao serem percebidas mais de perto suscitaram os debates e reflexões que fazem parte deste trabalho. O recorte metodológico priorizou duas inscrições, a saber, deixo e desejo, e intentou descrever como estas astúcias e contra-usos (LEITE, 2007) disputam narrativas com os discursos ofciais que recaem sob a cidade.

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Publicado
2022-02-22
Seção
Antropoéticas: outras etnografias