Novos Rumos Sociológicos https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos <p>A NORUS - Novos Rumos Sociológicos é a revista científica do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pelotas. A revista publica artigos inéditos, ensaios bibliográficos, entrevistas, traduções, resenhas, que podem ser enviados em português, inglês, francês ou espanhol.</p> Universidade Federal de Pelotas pt-BR Novos Rumos Sociológicos 2318-1966 APRESENTAÇÃO https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7154 <p>A nova edição da revista Norus segue o que tem sido o padrão da revista,<br>desde a sua fundação. Temos nos pautado pela atenção à diversidade temática,<br>seja conceitual, histórica ou empírica, como forma de valorar o trabalho<br>sociológico. Existem muitas formas de se fazer sociologia e é muito importante<br>levar isso em consideração, especialmente em tempos como o nosso, que<br>exigem uma atenção maior para a complexidade da sociedade contemporânea,<br>em suas mais variadas dimensões: econômica, tecnológica, cultural, política<br>e institucional.</p> Marcos Lacerda Marcus Vinicius Spolle Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 1 4 Weber e a construção da experiência sociológica https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7155 <p>Este artigo é um estudo sobre a metodologia das ciências da cultura de Max Weber. Faz-se, aqui, uma incursão sobre um ponto bastante específico na metodologia de Weber, que é o processo de "conceber" um domínio da realidade, isto é, transformar a experiência vivida, a vivência ou o imediatamente vivido em conceito e, consequentemente, em conhecimento suscetível de alcançar validade empírica. Esse movimento do vivido para o conceito é o que chamo aqui de a "construção da experiência sociológica". Para realizar tal empreitada, debruço-me, basicamente, sobre as produções weberianas do começo do século XX, em especial "Roscher und Knies", escrito em duas partes em 1903 e 1906.</p> Fernando Antonio Santana Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 5 28 Considerações sobre o corpo em Pierre Bourdieu e Michel Foucault https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7156 <p>O artigo busca aproximar as abordagens de Michel Foucault (1975; 1993; 1988; 1985; 2006) e Pierre Bourdieu (1983; 2007; 2012; 2013) sobre o corpo. Para isso, utilizamos pesquisa bibliográfica que mobilizou especialmente os conceitos de disciplina e vigilância de Michel Foucault, bem como <em>doxa</em> e violência simbólica em Pierre Bourdieu. Essa pesquisa busca colaborar com a elaboração de pesquisas sobre o corpo que enfatizem as abordagens desses autores de forma conjunta e complementar.</p> Lucas Flôres Vasques Thaís Caetano de Souza Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 29 44 A Razão Punitiva: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7158 <p>Inspirada em modelos da Escolha Racional do Crime que renovaram o conceito de Dissuasão Criminal com ferramentas da microeconomia neoclássica, e formuladas como estratégias de segurança pública por consultorias militares, a Criminologia Gerencial advoga o uso de modelos de gestão de riscos para a gestão do policiamento e do controle punitivo dos conflitos e desvios sociais, naturalizando a seletividade policial-penal e a própria ordem social de mercado. Para os países da periferia do mundo capitalista, porém, a criminologia gerencial se traduziu na promoção de uma segurança pública centrada no policiamento militarizado e no encarceramento seletivo, levando à identificação de parte da sua população, quando associada a um conjunto heterogêneo de ameaças à ordem estabelecida, como possíveis inimigos internos do Estado.</p> Matheus Boni Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 45 70 Pandemia Covid-19: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7159 <p>O artigo reflete sobre a utilidade da semântica do risco para a compreensão do contexto pandêmico da COVID-19. Discute a teoria da sociedade de risco desenvolvida por BECK e complementada por GIDDENS, buscando salientar como as metamorfoses da natureza dos riscos, desvelam como traços fortes da contemporaneidade não só o aumento profuso dos riscos induzidos pela tecnociência (gerados socialmente), mas também, em consequência dos efeitos secundários incontrolados e imprevistos desse processo, a proliferação de uma incerteza ubíqua que, concomitantemente, coloca em causa a noção de risco enquanto algo objetivamente calculável e gera um estado de ansiedade e vigilância perpétuos. Partindo do binómio liberdade vs. segurança, tecemos algumas considerações sobre o modo como: (i) a ação humana, no mesmo processo em que buscou tornar os medos menos assustadores, acabou por produzir perigos mais ubíquos de que o SARS-CoV-2 pode, quiçá, ser considerado um exemplo; (ii) a maior ou menor confiança depositada na ciência, nos sistemas periciais, políticos, tende a influenciar as representações dos indivíduos relativamente à sua capacidade de lidar com os perigos associados à COVID-19; (iii) as perspectivas construtivista/sociocultural vs. objetiva/realista do risco podem revelar a sua utilidade na compreensão das distintas atitudes comportamentais (prudentes vs. incautas) ante os riscos e as medidas que, paulatinamente, têm sido adotadas para os combater. A análise permite concluir que o SARS-CoV-2 consubstancia um perfil de risco típico da modernidade tardia, e evidencia as influências da problematização das questões da segurança/liberdade e da percepção dos riscos na ação/reação dos indivíduos no contexto estudado.</p> Manuel Menezes Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 71 95 Implicações do Methodenstreit para além da economia política: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7160 <p>Esse artigo busca apresentar como a disputa de métodos entre Menger e Schmoller no fim do século XIX pode ter influenciado aspectos das ciências sociais para além da economia política. Tendo como foco a sociologia, que nesse mesmo período iniciava seu caminho para o que se consolidaria como sociologia moderna, trazemos aspectos das obras desses autores, e de outros que compõe o contexto dessa disputa, para esclarecer suas perspectivas com relação às ciências sociais como um todo e para demonstrar como a superação do método histórico (especialmente o radical de Schmoller) foi ponto importante para o surgimento da sociologia moderna.</p> Ian Coelho de Souza Almeida Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 96 120 Negócios de Impacto Social: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7161 <p>Inspirado no conceito de espaço social, este trabalho contribui para o entendimento de como são os negócios de impacto empreendidos no Brasil. Para tanto, um estudo de caso na aceleradora Artemisia analisou o espaço social em torno da organização. A inovação organizacional proposta pelos negócios de impacto transforma, ao menos em teoria, a lógica do mundo econômico, aliando maximização de lucros a solução de problemas sociais. . A hipótese da transformação do modelo de negócio tradicional sugere a formação de um novo espaço social formado pelo encontro da lógica tradicional de mercado e da lógica de impacto social. Contudo, a hipótese foi refutada no caso da aceleradora ao evidenciar que o programa de aceleração é destinado, principalmente, aos agentes já estabelecidos na esfera de negócios tradicionais, se afastando da perspectiva dos negócios sociais europeus e de países em desenvolvimento e se aproximando da corrente norte-americana. Concluindo que apesar do conceito de negócios de impacto sugerir teoricamente a integração de lógicas de espaços distintos, o espaço analisado é ocupado por agentes vindos de uma elite empresarial</p> Bruna Scanavachi Julio Cesar Donadoni Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 121 152 Conflitos Socioambientais e Territorialidades em Disputa: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/sociologicos/article/view/7162 <p>O presente artigo tem por objetivo analisar os conflitos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Estreito (MA), a partir das vivências dos/as atingidos/as do Acampamento Coragem. A comunidade ocupa um território em Palmeiras do Tocantins (TO), que é de posse do Consórcio Estreito Energia (CESTE), empreendedor da usina, que disputa judicialmente a posse da terra desde outubro de 2015. Essa população tem enfrentado os conflitos ocasionados pela barragem de Estreito desde a sua instalação e continuam a sofrer os efeitos ocasionados pelo empreendimento. Com a vinda da barragem para a região tiveram seus direitos violados, tendo sido deslocados compulsoriamente, passando a migrar em buscas de novas territorialidades, enfrentando desmatamentos, mortandade de peixes e injustiças sociais. Os caminhos metodológicos seguem a pesquisa qualitativa, com observação participante e entrevistas exploratórias realizadas em novembro de 2019. Dessa forma, evidencia-se que os grandes empreendimentos pautam-se numa lógica neoliberal desenvolvimentista de se apropriarem dos recursos naturais como mola propulsora da economia.</p> Laylson Mota Machado Airton Gerson da Silva Oliveira Lucas Moreira Amario Copyright (c) 2023 2024-01-25 2024-01-25 11 20 153 184