REVOLTA FISCAL?

AS DIMENSÕES MORAIS SOBRE A TAXAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL

  • Karina Gomes Assis
  • Elaine da Silveira Leite
Palavras-chave: Imposto, Revolta Fiscal, Moralidades, Riqueza, Sociologia

Resumo

Os princípios morais em torno dos quais se organiza determinado debate são significativos para compreensão das práticas socioeconômicas no Brasil contemporâneo. Partindo deste pressuposto, este trabalho busca através das categorias imposto e dinheiro (riqueza) revelar as relações econômicas, políticas e culturais que dimensionam os posicionamentos favoráveis ou contrários ao Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), tributo previsto na Constituição Brasileira de 1988 − mais ainda não regulamentado. Por meio da análise, fundamentada pelas sociologias econômica e fiscal, dos repertórios morais que organizam as justificativas de repúdio ou aceitação do IGF no Twitter, constrói-se um mapa analítico que busca compreender como (diferentes) posicionamentos que apoiam o evitamento/sonegação de impostos são legitimados diante da tributação da riqueza para contornar a crise no país, moldando nossa sensibilidade/percepção moral. Conclui-se que tal percepção aproxima narrativas de pontos opostos (riqueza/pobreza) do nosso universo social, contribuindo, para uma certa “acomodação moral” referente a taxação da riqueza, que caracteriza a revolta fiscal do período em tempos de pandemia.

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Publicado
2022-11-28
Seção
DOSSIÊ: SOCIOLOGIA DAS ORTODOXIAS E HETERODOXIAS NA ECONOMIA BRASILEIRA