OS PADRÕES DE IDENTIFICAÇÃO DA MULHER BRASILEIRA NO EXTERIOR
O CASO DAS INTERCAMBISTAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Resumo
Sensual, quente, fácil e disponível são palavras que constroem a narrativa da mulher brasileira em seus padrões de identificação no exterior. Esses padrões imagéticos criam imagens pré-concebidas, que interferem na experiência que tais mulheres vivem e sentem ao estarem em outro território. O objetivo do artigo, portanto, é mostrar, por meio das teorias feministas e pós-coloniais das Relações Internacionais, como tal narrativa foi construída por meio de termos e imagens que associam a mulher brasileira, enquanto “mulher do Terceiro Mundo”, a um duplo sistema de opressões. Para tal, serão apresentados discursos e imagens, reforçados pelo Estado brasileiro, além de dados obtidos por meio de pesquisa de survey com alunas da Universidade Federal Fluminense (UFF) que sofreram situações de opressão durante intercambio acadêmico na Europa relacionadas às características de gênero e origem. A fim de ilustrar o argumento, relatos anônimos das experiências das intercambistas são apresentados, de forma a demonstrar os efeitos do duplo sistema de opressões na prática.