JUVENTUDE E AUSTERIDADE
IMPLICAÇÕES PARA ALÉM DO MUNDO DO TRABALHO
Resumo
O texto se configura como um exercício teórico, ensaístico, de especulação com base em estudos referentes aos efeitos da austeridade, seja quanto a sua característica redução de gastos em serviços públicos, ou quanto ao seu desenrolar político-ideológico-social. Por conta da condição recente desse fenômeno no Brasil, não podemos inferir com certeza absoluta que nossas proposições de fato se realizarão, mas, tendo como base estudos originados em contextos onde a austeridade está “mais desenvolvida”, propõem-se aqui a apresentação de um provável efeito futuro que veremos se desenvolver ao longo dos anos de austeridade que se seguirão, em especial na população jovem brasileira. Defende-se que a atual crise fiscal, e suas políticas de austeridade, possuem uma origem estrutural, e não de gestão, devido em grande parte as contradições insuperáveis entre democracia e capitalismo, e que essas contradições afetam a construção e o desenvolvimento da subjetividade dos sujeitos. Buscou-se deixar claro o caráter ideológico e de classe desse fenômeno e que a forma com que um Estado conforma a sua tributação deve ser uma decisão de cunho democrático. Porém, com a erosão na base de arrecadação dos Estados nacionais ocorrida nos últimos anos, vem-se transformando cada vez mais negativamente essa lógica.