FAZENDO GÊNERO NO CANDOMBLÉ

ENTRE O FEMINISMO INTERNACIONAL E A RETÓRICAN SALVACIONISTA. POR UM ENUNCIADO EPISTEMOLÓGICO DESDE OS TERREIROS

  • J. Flávio Ferreira Universidade de Coimbra
Palavras-chave: Candomblé, Descolonialidade, Pós-colonialismo, Feminismo, Subjetivação

Resumo

Inspirado no conceito de ‘colonialidade do poder’, tal como proposto por Quijano, viso neste ensaio refletir sobre a relação entre o ‘feminismo’ e o universo candomblecista. Através de um resgate de fragmentos da história dos terreiros no Brasil, questiono o quanto poderá ser a leitura do candomblé enquanto um ‘matriarcado’ uma imposição da agenda feminista acadêmica. E, assim o sendo, uma relação regulatória entre a academia e o ‘mundo das práticas’ que, em última análise, acaba por suprimir uma alternativa ‘feminista negra candomblecista’ em detrimento de um modelo internacionalista de ‘ser-se feminista’. Abrindo mão do universo estritamente ritualístico desta religião de terreiro, apoio-me nos debates feministas e pós-coloniais contra o eurocentrismo para reforçar, claramente, a necessidade de promover-se uma reflexão epistemológica em prol de um feminismo negro situado: localizado e enunciado filosoficamente desde os terreiros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

J. Flávio Ferreira, Universidade de Coimbra

Doutorando em Pós-colonialismos e Cidadania Global no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra / Portugal.
Bolsista de doutorado pleno no exterior pela Capes.

Publicado
2022-11-28
Seção
DOSSIÊ A DINÂMICA DAS RELAÇÕES RACIAIS: DADOS, ABORDAGENS E INTERSECÇÕES