Amazônia, terra de avivamento religioso
o caso do Pentecostalismo
Resumo
Com base numa etnografia localizada, realizada durante a visita do pastor televangelista Benny Hinn a Manaus, foi possível testemunhar o início da concepção de “terra de avivamento” em território amazônico, que, num curto espaço de tempo, espalhou-se pelas comunidades pentecostais manauaras. Nesse sentido, duas questões centrais são discutidas: por que essa imensa região geográfica, com destaques para as cidades de Belém e Manaus, é reconhecida pelos evangélicos como o lugar de avivamento espiritual? Quais são as razões teológicas, antropológicas e sociológicas que explicam esse fenômeno religioso? Para responder a essas perguntas, o objetivo do trabalho é analisar a introdução e o processo de adaptação do movimento protestante-pentecostal na Amazônia e compreender o imaginário pentecostal que a definiu como a região do avivamento religioso. Concluiu-se que o encontro de diversificadas culturas e práticas religiosas, de comunidades tradicionais (indígenas, caboclas, ribeirinhas, periurbanas), com o revivalismo protestante norte-americano, provocou uma complexa hibridização cultural-religiosa, criando, dessa forma, um ‘pentecostalismo caboclo’.