TEMPO DE ESPERAR

A RESISTÊNCIA, ESTRATÉGIAS E LUTA EM ACAMPAMENTOS MST NO OESTE NO PARANÁ

  • Maria Cristina Lobregat
Palavras-chave: Etnografia, Acampamentos MST, Resistência, Espera

Resumo

Este artigo apresenta algumas interpretações produzidas a partir das experiências etnográficas vividas durante a pesquisa de doutorado vinculada ao PPGSCF- Programa de Pós-Graduação em Sociedade Cultura e Fronteiras (UNIOESTE), cujo objetivo consistia em interpretar as variadas estratégias de espera e resistência de trabalhadores sem-terra, em situação de “liminaridade” (TURNER, 2013) em dois Acampamentos MST localizados em São Miguel do Iguaçu e Agro Cafeeira (Distrito de Matelândia), ambos na região oeste do Paraná. Os dados foram obtidos por meio da observação participante, entrevistas nos acampamentos e anotações em caderno de campo. O grupo social de trabalhadores rurais sem-terra, consiste em um conjunto de famílias que retornaram ao Brasil no início dos anos 2000 e integraram-se ao MST após a experiência de viver no Paraguai. As análises das narrativas retomam as memórias de luta e resistência que compõem o tempo de espera pela terra. Nesse sentido, as interpretações das possibilidades conclusivas refletem as estratégias de resistência, luta e espera pela terra após as ocupações/despejos, bem como das constituições dos “lugares” familiares e coletivos dentro dos acampamentos que definem o provisório em um “tempo de espera” longo pelo período de existência de cada acampamento (entre 5 e 15 anos em 2019), são o tempo e o espaço materializando a luta e resistência na experiência do trabalhador acampado.

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Publicado
2022-01-26