SER MULHER NA CIDADE É LUTAR

REMOÇÕES E LUTA PELA MORADIA NO RIO DE JANEIRO

Resumo

A luta pelo direito à terra e à moradia tem sido espaço privilegiado da ação potente do movimento de mulheres que a partir de outra ética de organização política tem renovado, generificado e racializado as formas do fazer político. Para pensar as lutas urbanas como meio de costurar uma episteme feminista apresentamos três ações possíveis e desejáveis: disputar a prática, disputar a teoria para, finalmente, disputar a cidade em sua materialidade. Para desenvolver esta reflexão debatemos os sentidos do processo de formação política das mulheres e de construção das pautas feministas considerando a invisibilização das mulheres na produção do conhecimento. Por fim destacamos as autonarrativas de mulheres que lutam pelo direito à moradia e contra as remoções no Rio de Janeiro, reflexões de valor teórico, para pensar as lutas urbanas e as possibilidades de transformação social. O destaque das autonarrativas resistentes das mulheres em luta se apresenta como uma metodologia vigorosa para contribuir com emancipação das mulheres e a construção de movimentos sociais transformadores na sociedade.