https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/issue/feedD’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero2023-03-02T13:51:53-03:00Hudson Carvalhodgenerusrevista@gmail.comOpen Journal Systems<p>A <em><strong>D'GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero</strong></em>, é um espaço interdisciplinar de debate sobre as intersecções que atravessam os campos dos estudos feministas e de gênero. A periodicidade é de fluxo contínuo, com publicação de trabalhos inéditos distribuídos em dossiê temático, artigos originais de estudos teóricos e empíricos, ensaios, resenhas de livros, entrevistas e traduções que versem sobre as áreas temáticas contempladas em sua política editorial.</p>https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2044DG-REVISTA2022-11-24T09:05:18-03:00Luciano Pereira dos Santoslucianopereiraluciano@gmail.comHudson de Carvalhohudson.carvalho@ufpel.edu.brMarcia Alves da Silvamarcia@ufpel.edu.br<p>Apresentação das/dos integrantes da Equipe Editorial da D'Generus: Revista de Estudos Feministas e de Gênero. O documento destaca nomeadamente a Equipe de Editores, a Edquipe de Produção Editorial e a composição do Conselho Editorial.</p>2022-09-15T21:59:01-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2081Sumário2022-11-24T09:52:36-03:00Luciano Pereira dos Santoslucianopereiraluciano@gmail.com<p>DG-Revista: Sumário do Volume 01 de 2022 - Edição Especial</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2080DE(S)COLONIZAR O PENSAMENTO EM TEMPOS DE PANDEMIA2022-11-24T09:51:36-03:00Hudson de Carvalhohudson.carvalho@ufpel.edu.br<p>O primeiro número da D`GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero tem por meta criar um espaço de difusão e defesa de saberes científicos, artísticos e filosóficos socialmente referenciados, produzidos a partir de investigações sobre a diversidade humana, enfaticamente sobre questões de gênero e de sexualidade, sob as perspectivas dos feminismos críticos, de(s)coloniais e interseccional. Neste primeiro número (edição especial de abertura), são apresentados os artigos que sistematizaram as apresentações que ocorreram no III Simpósio de Gênero e Diversidade da Universidade Federal de Pelotas, realizado pelo D`GENERUS: Núcleo de Estudos Feministas e de Gênero entre os dias 10 e 12 de novembro de 2021 de forma remota. O evento teve como tema “de(s)colonizar o pensamento em tempos de pandemia” e foi organizado em seis grupos de trabalho que articularam questões de gênero e diversidade com as áreas de Educação, Direitos Humanos, Raça, Saúde, Mídias e Artes e, Pensamento Filosófico. Em nome da equipe editorial gostaria de agradecer a todes que contribuíram para que esse número fosse possível: que felicidade existir com vocês!</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/1920MULHERES NEGRAS2022-11-24T09:53:26-03:00Janaize Batalha Nevesjanabneves@hotmail.comAdriana de Souza Gomesadrianasecretariado@gmail.comMárcio Rodrigo Vale Caetanomrvcaetano@gmail.com<p>O presente trabalho, tem como objetivo fazer uma reflexão <br>acerca das dores que trazem as mulheres negras, dores estas <br>sentidas por parte de nós, que somos atravessadas pelo racismo <br>e pelo sexismo, pelas tentativas de silenciamento, pela solidão <br>que acomete a mulher negra, a luta que é sobreviver em uma <br>sociedade hegemônica. Iremos refletir sobre o atual conceito <br>que, a intelectual, antirracista e feminista Vilma Piedade nos <br>apresenta: a Dororidade. Conceito este, que carrega toda a força <br>e todas as dores que vivenciamos em nossas trajetórias <br>individuais de mulheres negras. “Sororidade, etimologicamente <br>falando, vem de sóror-irmãs. Dororidade, vem de dor, palavrasofrimento. Seja físico. Moral. Emocional. Mas qual o significado<br>da dor? Aqui tá no conceito”, contextualiza Vilma Piedade, abordagem de um tema urgente e um conceito necessário. <br>Usando o movimento de pensar a investigação, atuando como <br>um agente transformador, este artigo traz um debate nos eixos <br>raça e gênero, com uma discussão crítica o artigo abordará <br>intersecções que permitirá uma compreensão nas relações de <br>sexismo e racismo. Evidenciando como metodologia a <br>Escrevivência de Conceição Evaristo<br>, trazendo diálogos e <br>questionamentos, reverberando assim a importância de <br>reconhecer as especificidades das mulheres negras enquanto <br>sujeitos pertencentes a esta sociedade racista e sexista. As <br>Escrevivências são narrativas construídas através do lugar de <br>fala e a escrita propriamente dita na primeira pessoa, uma <br>metodologia que utiliza da experiência da autora para narrar as <br>experiências de outras tantas mulheres. Numa perspectiva mais <br>ampla, espera-se que o resultado deste artigo possa subsidiar <br>outros estudos, corroborar na construção do pensamento <br>decolonial. O artigo discute as opressões enfrentadas por nós <br>mulheres negras. Analisando as diversas violências vivenciadas <br>e trazendo o feminismo negro aliado com o conceito de <br>dororidade, resultando numa compreensão e fortalecimento das <br>lutas, combatendo as opressões e dores que algumas mulheres <br>negras trazem consigo.</p>2022-09-14T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/1921O (DES)AMPARO ÀS MULHERES NEGRAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NA CIDADE DO RIO GRANDE-RS2022-11-24T09:53:54-03:00Rosélia de Morais Falcãoroselia.falcao@gmail.comRita de Araujo Nevesprofarita@yahoo.com.br<p>O texto é extrato de um estudo sobre o acesso das mulheres <br>negras aos mecanismos de proteção às mulheres em situação <br>de violência na cidade do Rio Grande-RS. A pesquisa integra <br>tema mais abrangente dos Diretos Humanos de pessoas <br>historicamente subalternizadas e dá-se sob o aporte teórico das <br>epistemologias descoloniais, notadamente do feminismo negro, <br>a partir de estudiosas negras como Lélia Gonzalez, Vilma <br>Piedade, Sueli e Suelaine Carneiro, Angela Davis, além de Carla <br>Akotirene e Kimberle Crenshaw, nas suas construções para o <br>conceito de Interseccionalidade e respectivas implicações, eleito <br>como a lente ocular para nossas análises. Para isso, <br>desenvolvemos pesquisa empírica quali-quantitativa dos dados <br>de raça e classe social dos atendimentos realizados pela <br>Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres naquela cidade, bem como das atividades realizadas junto a <br>grupamentos de mulheres nos seus bairros, além de uma <br>entrevista semiestruturada com a então coordenadora, sobre a <br>violência de gênero e doméstica, no período de 2015 a 2020. A <br>partir dos dados encontrados, diagnosticamos esse <br>(des)amparo e problematizamos como as políticas públicas <br>brasileiras voltadas para o enfrentamento à violência doméstica <br>contra as mulheres as tem alcançado, ou não, além de observar <br>a (in)ocorrência de forma equânime no universo de mulheres riograndinas. Na investigação que correspondeu a recorte do <br>Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Graduação em <br>Direito da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, a partir <br>dos dados analisados, concluímos que as mulheres negras <br>daquela cidade praticamente não acessam o atendimento <br>disponibilizado pelo município.</p>2022-09-14T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2004A ESCOLA COMO ESPAÇO DA (IN) DIFERENÇA?2023-03-02T13:50:44-03:00Simone Teixeira Barrios simonetbarrios@gmail.comGeorgina Helena Lima Nunes geohelena@yahoo.com.br<p>Este artigo tem como objetivo, fazer uma discussão com alguns/mas autores/as que trabalham com as categorias de gênero, raça e deficiência, de forma a refletir sobre a escola enquanto possibilidade de concretizar-se como espaço de respeito às diferenças. Sob esse direcionamento, o trabalho se remete a uma proposta de pesquisa acadêmica em construção, cuja presença da mulher negra com deficiência na escola ao ser campo de estudo, possa favorecer práxis sociais que possibilitem refazer percursos que se oponham àqueles que sustentam a colonização das mentes e de corpos fora do padrão hegemônico. O texto apresentado traz uma análise interseccionada dos demarcadores de gênero, raça, deficiência e também de geração. Neste sentido, procura-se compreender como as opressões interseccionadas podem ser observadas de modo a engendrar sentimentos de acolhimento, contrários, portanto, aos de preconceitos e discriminações de qualquer natureza. Sabemos que, a escola e a sociedade, estão sustentadas em uma perspectiva hegemônica que confere “normalidade” e “poder” àqueles/as representados/as pela masculinidade, supremacia branca e hierarquias sócio-econômicas. Tal concepção aponta a memória e a história da civilização sob a égide do colonizador ou de uma colonização que se perpetua sob a forma de colonialidade. Defendemos nessa escrita, que a escola pode ser um espaço fundamental e transformador de relações sociais pautadas em intolerâncias, por isso, violentas. Cabe ressaltar, que a problematização proposta decorre de uma experiência concreta que irá balizar uma investigação de doutoramento, com isso, abre-se a oportunidade de dialogar com a literatura existente e anunciar outras possibilidades de compreensão e mudança no que diz respeito às atitudes políticas, pedagógicas e epistêmicas que se contrapõem ao machismo, capacitismo e racismo.<a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2011LEITURA E ESCRITA DO MUNDO2023-03-02T13:51:27-03:00Diana Lusadianalusars@gmail.com<p>Tendo como proposta embasar-se em referências locais para as análises, de acordo com um pensamento decolonial, esta escrita objetiva refletir sobre a relação da mulher com a leitura e com a escrita. Com um olhar especial ao primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, são aprofundadas e discutidas as temáticas: mulheres e escritas de si, escrevivência, mulher negra, leitura de mundo, sendo a discussão transversalizada pelos conceitos gênero, classe e raça. O problema central deste estudo é perceber como a leitura e a escrita emergem no livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, pobre, em um processo de escrevivência. A obra é analisada à luz das teorias de Conceição Evaristo; Paulo Freire; Joan Scott; Guacira Lopes Louro; Constância Lima Duarte e Isabella Rosado Nunes. Perecemos que a fome é o fio que perpassa os escritos de Carolina; sua escrita mostra sua leitura de mundo em se perceber mulher, negra, rejeitada, esquecida juntamente com seus filhos; em entender condições sociais, políticas e injustiças a que está submetida. Com a análise podemos dizer que o livro analisado permite ter uma noção da barbárie social em determinada favela do Brasil na década de 1950. A obra nos apresenta a capacidade da autora de ler seu mundo e agir nele dentro do que lhe é possível, também de questionar o que está posto, as políticas, os políticos, a falta de perspectiva. De trazer seus sonhos: morar em uma casa melhor, limpa, ter comida, ver seus filhos educados e na escola.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2012MULHERES NEGRAS E SAÚDE MENTAL2023-03-02T13:51:53-03:00Viviane Costa Rodriguesvivianecosrodrigues@gmail.comGeorgina Helena Lima Nunes geohelena@yahoo.com.br<p>Este artigo é parte de uma pesquisa de doutoramento em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. Ao investigar de que forma o racismo institucional impacta sobre o tratamento do adoecimento mental de mulheres negras no âmbito dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no município de Pelotas/RS, está sendo realizada uma abordagem metodológica de cunho qualitativo através de uma pesquisa participante, alinhada ao prisma de um trabalho que se projeta na ação coletiva e na dinâmica da atuação social. No qual, a pesquisadora irá propor aos/às participantes, arte-educadores/as e mulheres negras, respectivamente, trabalhadores/as dos serviços e usuárias/os, tonificarem um debate imperativo ante as relações sociais em que todos/as estão envolvidos. Tendo em vista, o racismo institucional praticado em serviços de saúde no âmbito do SUS estar incorporado na rotina de trabalho como uma prática respaldada por uma ideologia racista de cunho cultural e social. Interessa-nos ampliar a discussão sobre raça e gênero no contexto de saúde mental para compreender como tais categorias subalternizam as mulheres negras nesses espaços. Apesar de estarem na intersecção de múltiplas opressões, reforçamos que essas mulheres demonstram um ativismo histórico quanto à atuação social, política e intelectual moldadas por suas experiências e saberes compartilhados na coletividade, mas que não podem ser essencializados para que elas não sejam negligenciadas pela superficialidade e inferioridade, impostas pelo patriarcado. E para que possam requisitar seus direitos a partir de sua participação na formação social do Brasil é imprescindível considerá-las na sua pluralidade. Portanto, compreende-se que discutir o racismo em suas diferentes configurações, pela perspectiva de uma prática antirracista no campo da saúde, poderá produzir um amplo debate sobre as desigualdades sociorraciais também no âmbito acadêmico.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2013GÊNERO E INTERSECCIONALIDADES PARA PENSAR O CUIDADO COMUNITÁRIO2022-11-24T09:58:41-03:00Laura Cecilia Lópezlauracl@unisinos.brCauê Rodriguespsicocaue@gmail.comNatália Inês Schoffen Corrêanataliainessc@hotmail.comMurilo Santos de Carvalhodecarvalhomurilo@hotmail.comMiriam Steffen VIEIRA Steffen Vieiramiriamsv@unisinos.br<p>No presente artigo analisamos a relação entre gênero e cuidado, na dimensão comunitária e na articulação com políticas públicas de saúde. Refletimos sobre uma Pesquisa-Ação em andamento, que tem como campo empírico um território afetado por desigualdades e violências estruturais de longa data, na cidade de São Leopoldo/RS. Objetiva-se analisar como as dinâmicas de gênero permeiam a organização das vidas no território e como incidem na distribuição dos cuidados com a saúde e a manutenção das vidas. Mergulhamos em experiências localizadas da Atenção Primária à Saúde, que exerce o cuidado mais disseminado através da equipe de Saúde da Família. Questiona-se como a dimensão comunitária do cuidado se viu impactada pela pandemia, quais formas comunitárias novas e/ou reformuladas de cuidado estão surgindo, pensando se os impactos da crise sanitária podem ser diferenciados por gênero. Está sendo elaborado um Diagnóstico Participativo de Equidade de Gênero (DPEG), utilizando metodologias que potencializem a participação da comunidade no próprio processo de pesquisa, assim como a reflexão crítica e propositiva sobre suas realidades. Como resultados preliminares, observamos alguns aspectos das dinâmicas de gênero no território, principalmente no que diz respeito à distribuição de cuidados e ao acesso à UBS, podendo notar que a pandemia acirrou desigualdades existentes. Em linhas gerais, jovens (meninas e meninos), homens, idosas/os negras/os, foram os grupos que demonstraram menor acesso ao serviço. Os cuidados, sejam com a saúde de si e principalmente dos outros, sejam com as crianças, foram mais presentes entre as mulheres. Foi notório o engajamento da equipe de Saúde da Família para discutir as temáticas abarcadas no projeto, vislumbrando-se possíveis efeitos de equidade de gênero na produção de cuidado localizada.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2016NARRATIVAS DE MULHERES E CIÊNCIA2022-11-24T09:59:57-03:00Giovana Fagundes Luczinskigiovana.fagundes@ufpel.edu.brCamila Peixoto Fariascamila.farias@ufpel.edu.br<p>A pandemia de covid-19 evidencia muitos desafios, entre eles o de sustentar e fortalecer, no âmbito científico, a possibilidade de construção de saberes a partir de uma perspectiva situada e comprometida socialmente. O contexto pandêmico não pode ser narrado a partir de uma perspectiva generalista, sob o risco de silenciar a pluralidade de vozes que o constituem. Tendo este parâmetro para nosso fazer na universidade, o presente texto visa discutir a prática de pesquisa feita por e com mulheres, problematizando os lugares destinados a elas/nós segundo a lógica dos regimes de poder como o cisheteropatriarcado e o racismo. Para isso, partimos de um breve recorte histórico a fim de marcar um lugar epistemológico no âmbito científico e explicitar, a partir daí um modo de pesquisar situado e comprometido com a transformação da sociedade em que vivemos. Nesse sentido, apresentamos as ações do projeto de pesquisa “Agora é que são elas: a pandemia de Covid 19 contada por mulheres”, sob nossa coordenação. O projeto está alicerçado no diálogo entre duas perspectivas teóricas distintas, a Psicanálise e a Psicologia Fenomenológico-existencial em leituras críticas e contemporâneas que se desafiam e se complementam ao interrogar um fenômeno de interesse em comum. Um terceiro âmbito de saberes vem compor essa triangulação teórico-metodológica: as Teorias Feministas. A investigação empreendida busca que as narrativas das mulheres sejam incluídas nas discussões sobre a pandemia a partir de uma perspectiva interseccional e que as produções científicas sobre esse fenômeno possam ser corporificadas, plurais e situadas, como procuraremos mostrar a partir de alguns recortes de dados já analisados. Por fim, destacamos a importância de que as mulheres protagonizem a produção de conhecimento sobre si mesmas e que as análises cientificas sejam efetivamente interseccionais.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2020CONVERSAÇÕES ATREVIVIDAS POR MULHERES PRETAS2022-11-24T10:01:14-03:00Míriam Cristiane Alvesolorioba.miriamalves@gmail.comAdemiel Sant'anna Juniorpsi.ademieljunior@gmail.comCecília Maria Izidoro Pintocecilia.izidoro@gmail.com<p>O presente ensaio tem como objetivo problematizar a construção de uma Clínica Política Feminista Antirracista a partir da enunciação de conversações escrevividas e atrevividas em oralitura por mulheres pretas amefricanas, docentes universitárias, na cena da COVID-19. Apostamos na trama, na trança, no entrelaçamento de conceitos como conversação, escrevivência, atrevivência e oralitura enquanto gestos-conceitos-metodológicos tanto para a construção teórica do ensaio, quanto para inscrever pistas de uma Clínica Política Feminista Antirracista. As conversações escrevividas e atrevividas em oralitura partem de narrativas de duas mulheres pretas que responderam ao questionário on-line de uma pesquisa maior. Tais narrativas foram ficcionadas, friccionadas e performadas em cenas que operam na tensão entre imaginários racistas e sexistas universalizantes e na criação de novos imaginários sobre a existencialidade de mulheres pretas amefricanas, docentes universitárias. Um futuro indizível está à frente de cada mulher, no entanto, sabem que não estão sozinhas. O que é produzido no coletivo - no quilombo virtual -, reverbera na casa, no trabalho e as pessoas vão reagindo às emergências. Nas experiências da vida cotidiana, com todas as suas dúvidas, preocupações, medos, histórias, amores e afetos, mulheres pretas amefricanas transitam e em conversação transformam em palavras, em poesia, em linguagem, em ideias, em revolução seus devires. Seria esta uma pista para uma Clínica Política Feminista Antirracista? </p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2021MULHERES DO ÀSE2022-11-24T10:04:36-03:00Luis Félix de Barros Vieira Rochafelix_rocha_luis@yahoo.comGeorgina Helena Lima Nunes geohelena@yahoo.com.br<p>Esse artigo tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre a presença feminina nas religiões afro-brasileira, em especial no Baião de Princesas, ritual ligado à linha da Cura e Pajelança realizada na Casa Fanti Ashanti em São Luis do Maranhão. No Baião de Princesas somente as mulheres incorporam entidades espirituais femininas (rainhas e princesas). A participação feminina é ativa no processo ritualístico realizados nos terreiros, diferentes de muitas religiões ocidentais na qual a mulher não possui um papel de destaque; nas religiões de matriz africana, essas mulheres são a maioria em cargos sagrados. Buscou-se, também, fazer uma breve discussão acerca da intolerância religiosa e racismo que ocorre, com frequência, como um violento ataque às religiões de matriz africana. A marginalização das práticas religiosas afro-brasileiras é fundamentada pelo poder de um epistemícidio que está enraizado em nossa sociedade, na qual é utilizado a repressão, a violência como fator da desumanização. Nessa perspectiva, homens e mulheres das religiões afro-brasileiras são desmoralizados/as e discriminados, todavia, ainda assim, emerge dessas práticas saberes resistentes que produzem epistemologias cujas racionalidades se constituem projetos de sociedades mais humanas, por isso, mais plurais. Assim é de suma importância disseminar o papel das mulheres nas religiões de matriz africana, pois é fundamental seu reconhecimento visto que há séculos vem sofrendo perseguições em nossa sociedade. </p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2023COSMOPOLÍTICA SOLIDÁRIA2022-11-24T10:06:55-03:00Hélen de Oliveira Soares Jardimhelenjbage@gmail.comDulce Mari Dulce Mari da Silva VOSS da Silva Vossdulce.voss@gmail.com<p>A escrita busca tornar visível o invisível, modos próprios de existir, lutar pela vida e manter as origens ancestrais africanas nas culturas afro-brasileiras. O estudo decorre de uma pesquisa descritiva, cujos dados foram extraídos das postagens feitas numa rede social pelo Ilê de Oxum Panda Miré Fraternidade Ogum Beira Mar, terreiro localizado na cidade de Bagé (RS, Brasil). E, a partir da análise dos dados coletados, move-se o pensamento em torno do cotidiano desta comunidade, seus saberes e fazeres, compreendendo-os como elementos que indicam a criação de modos próprios de existir em desvios às necropolíticas de morte geradas pela pandemia do COVID-19 que afeta de modo ainda mais perverso as comunidades periféricas, ao agravar as desigualdades sociais, diante do crescimento do desemprego, da fome e da pobreza. Ao protagonizar ações solidárias, a comunidade do terreiro demonstra lealdade aos princípios éticos e políticos de uma filosofia de vida afro, concebida nos processos comunitários. Marcas simbólicas e culturais engendradas no cotidiano que evidenciam uma cosmopolítica solidária. Com isso, ao praticar a religiosidade e a solidariedade, não só em suas ritualísticas, mas também na ajuda mútua que oferece as demais pessoas das periferias, nestes cruéis tempos pandêmicos, reafirma laços e afetos comunitários, sinais de afirmação e autoafirmação da vida. Artes de resistir e existir em que se criam elos entre o passado e o presente ao resgatar saberes e modos de vida relegados ao senso comum, menosprezados na interpretação acadêmica, mas intensos nos movimentos cotidianos que contém em si o germe de uma vida coletiva mais plural e mais bela.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2027NEGROS (IN)DÓCEIS2022-11-24T10:08:08-03:00Hélen Rejane Silva Maciel Diogohelendiogo@hotmail.comTatiana de Mello Ribeirotatianaribeiro.07@gmail.com<p>A escrita apresenta os movimentos de pesquisa acerca dos corpos que habitam as prisões, a partir de uma perspectiva teórico crítica desenvolvida pela autora Juliana Borges e pelo autor Michel Foucault. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa na qual buscamos responder a seguinte questão: quais são os corpos, que habitam as prisões brasileiras? Nesse sentido, designamos os corpos negros como sujeitos (in)dóceis, submetidos as práticas de controle, de vigilância e de repressão, com intuito de abolir a sua representação simbólica e física, entendidas como princípios da colonialidade do poder, a qual se vale da observação e vigilância para ‘educar’ e enquadrar os corpos negros na norma. Além disso, problematizamos os altos índices de encarceramento das mulheres negras, principalmente como outro modo de aprisionamento que consolida cotidianamente o racismo e as práticas de opressão e violência contra as mulheres. Tendo assim, a sua liberdade inviabilizada e cerceada em prol de uma dinâmica colonial, a qual justifica a preferência por determinados corpos na posição de dominados, a partir de um sistema que age de modo a legitimar o poder disciplinar.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2031“NADA SOBRE NÓS, SEM A NOSSA PARTICIPAÇÃO”2022-11-24T10:09:13-03:00Mariane Roncatto Durrermarianedurrer@hotmail.comRita de Araujo Nevesprofarita@yahoo.com.br<p>O aumento no contingente de mulheres em privação de liberdade no Brasil se deu, principalmente, a partir da vigência da Lei 13.343/2006. Atualmente, as mulheres presas pelo tráfico de drogas representam quase dois terços (62%) do número total de pessoas encarceradas no Brasil<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>.Tendo em vista a relevância da política de drogas, busca-se responder à questão que baliza este estudo: qual seria o impacto da regulamentação da maconha no encarceramento feminino brasileiro, quando analisado a partir da visão decolonialista do modelo de reparação do estado de Illinois/USA? Para tanto, é necessário compreender a perspectiva decolonialista e antirracista utilizada neste estudo, além de descrever brevemente a situação do encarceramento feminino brasileiro e, então, apresentar o modelo de reparação histórica, material e cultural do estado de Illinois/USA, como parâmetro à problemática brasileira. Nesse viés, embora sem a ambição de produzir um instrumento que solucione efetivamente a problemática da violência no Brasil gerada pela “guerra às drogas”, visamos contribuir com as atuais discussões e pesquisas sobre o tema, por meio de um levantamento bibliográfico e documental com análise crítica de alguns achados iniciais. No estudo, que é um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)<a href="#_ftn2" name="_ftnref2"><sup>[2]</sup></a> da Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, verificamos, até o momento, que a reparação deve ser ponto central nos debates antiproibicionistas, pois a mera legalização das drogas será insuficiente para a promoção de justiças sociais e raciais no Brasil.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2036O EFEITO DEVASTADOR DA PANDEMIA PARA AS MULHERES E A INFLUÊNCIA NAS CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO2022-11-24T10:14:33-03:00Adriana Lessa Cardosoadrianalessacardoso@gmail.comLígia Maria Ávila Chiarellibiloca.ufpel@gmail.com<p>O presente artigo busca compreender importantes consequências da pandemia sobre a vida e o trabalho das mulheres, sugerindo apontamentos que se identifiquem com as necessidades de mudança social e com as novas questões que devem ser tratadas pelos movimentos sociais e na academia, no que diz respeito às políticas públicas direcionadas ao trabalho das mulheres. O referencial teórico utilizado para reflexão e análise tem como princípio o paradigma feminista crítico-dialético da divisão sexual do trabalho, visando à eliminação das hierarquias e acúmulo de tarefas. Utilizou-se revisão bibliográfica e documental como metodologia. Assim, conclui-se que a pandemia tem um efeito devastador para a vida da população em geral, mas as mulheres, em que se considere o recorte de raça e classe, ainda são as mais prejudicadas devido à cultura patriarcal e sexista fundamentadora do capitalismo. Neste sentido, aponta-se para a necessidade de atualizar, definir novas pautas e fomentar o protagonismo das mulheres na transformação social.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2039A PANDEMIA COMO CRISE CAPITALISTA2022-11-24T10:34:44-03:00Victória Mello Fernandesmellofvictoria@gmail.comIsabella Almeida dos Santosisabellastef@gmail.com<p>A presente pesquisa qualitativa tem um alcance exploratório, com o objetivo de pensar a crise humanitária e sanitária causada pela pandemia da Covid-19 como uma expressão das relações da colonialidade capitalista moderna. O sistema de acumulação capitalista se baseia em relações de produção que necessitam da exploração de alguns sujeitos para sua subsistência. Nesse sentido, busca-se articular as análises, aos apontamentos que "economia solidária feminista" indica, ou seja, a necessidade de pensar formas alternativas de produção não predatórias, que valorizem os sujeitos das relações trabalhistas, assim como evidenciem a exclusão das mulheres do campo econômico. Parte-se do entendimento do sistema colonial-moderno como um padrão de poder de subalternização e dominação de alguns sujeitos, marcados historicamente por classificações como raça e gênero, que durante a pandemia foram as pessoas mais atingidas no Brasil. Traz-se ao corpus do trabalho dados de agências estatais e institutos de pesquisa, assim como notícias veiculadas em jornais nacionais para análise, as quais apontam um efeito das políticas públicas e vulnerabilidade econômica e social de mulheres negras durante o ano de 2020. Identifica-se que os efeitos da pandemia não são apenas consequências de políticas atuais, como a má assistência social, o baixo valor de auxílio emergencial e o possível superfaturamento de vacinas, mas também são resultados de uma sequência de decisões estatais como a precarização do trabalho.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/4057AS CICATRIZES FALAM2022-11-24T11:11:52-03:00Eliada Mayara Cardoso da Silva Alveseliadamayara@hotmail.comDulce Mari da Silva Vossdulce.voss@gmail.comMaria Cecilia Lorea Leitemclleite@gmail.com<p>Neste texto, propõe-se uma discussão acerca do crescimento das violências contra as mulheres e dos feminicídios, no contexto da pandemia da Covid-19, a partir de uma perspectiva que entrecruza os conceitos da decolonialidade e da interseccionalidade no estudo realizado. A análise é feita com base em dados quanti-qualitativos extraídos do site do Jornal Correio Braziliense que constituem uma prática discursiva das contingências em que as violências acontecem. Constata-se que, a violência de gênero, associada às desigualdades étnico-raciais, sexistas e de classe social, intensificam os dispositivos de captura dos corpos e existências mais vulnerabilizadas neste contexto pandêmico. O poder de vida e de morte é impresso e disseminado sobre os corpos, não apenas de forma deliberada e pelo uso da violência extrema, mas também pelas inúmeras formas de produzir saberes, relações e percepções em torno da vida de mulheres, práticas coloniais, nas quais distintas categorias se tornam invisíveis em muitas análises, pois essas não priorizam as relações interseccionais de poder. Mulheres negras, pobres, trans e periféricas são as mais atingidas, tanto pela violência psicológica, física, sexual e os feminicídios, como também pela violência institucional, uma vez que, não estão sendo oferecidas políticas públicas que garantam a elas condições de manter seu sustento e de seus familiares, nestes tempos pandêmicos. Assim, as desigualdades sociais associadas às desigualdades nas relações de gênero, historicamente marcadas pela herança cultural colonial, patriarcal e heteronormativa, indicam o agravamento das injustiças. </p>2022-11-24T11:11:52-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2041DESCOLONIZAR O SABER DESDE UMA PEDAGOGIA FEMINISTA DECOLONIAL2022-11-24T10:39:23-03:00Luciana Alves Dombkowitschlucianadomb@gmail.comMarcia Alves da Silvamarcia@ufpel.edu.br<p>Grada Kilomba diz que o colonialismo é uma ferida que nunca foi tratada. Uma ferida que dói sempre, por vezes infecta, e outras vezes sangra. Esse texto tem como ponto de partida pensar como a educação na América Latina se forja, fundada em uma episteme hegemonicamente eurocêntrica do saber tida como universal. Se propõe a problematizar a educação formal/informal, constituída a partir de um sistema mundo moderno colonial, segundo o qual, as relações de colonialidade são fundantes da modernidade. Essa proposta busca pensar a descolonização do saber como uma forma de resistência e insurgência em face das condições impostas pela colonialidade do poder. Como forma de resistência, busca alternativas em uma pedagogia feminista decolonial. Tal proposta se justifica, pela urgência de uma pedagogia feminista decolonial que transforme o modelo tradicional de educação, rompendo com a lógica universal do conhecimento moderno/colonial que articula as mais diversas formas de opressão, dentre elas, as de classe, raça e gênero. A pesquisa propõe então, um diálogo entre as teorias feministas decolonial e as teorias fundantes da interseccionalidade, tendo por base os diversos marcadores sociais da diferença. Esse estudo propõe através desta metodologia, buscar romper com esse conhecimento eurocentrado que se tornou hegemônico, e eliminar o sistema que alimenta diversas opressões, especialmente nos povos do Sul global, a partir de uma episteme que retroalimenta a colonialidade do poder e, consequentemente, a colonialidade de gênero. Contra a colonialidade do saber é urgente uma estratégia de decolonialidade da educação, como a única forma de romper-se com o monismo científico. A partir de uma epistemologia do sul global será possível romper com a geopolítica que impõe o eurocentrismo como a única e dominante ideologia, episteme, epistemologia e metodologia do conhecimento.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2042EDUCAÇÃO, LUTAS, DESAFIOS E VIVÊNCIAS2022-11-24T10:41:53-03:00Antonia Nilene Portela de Sousanileneportela@yahoo.com.br<p>Este artigo tem como base estudos do feminismo para compreender a situação da mulher na sociedade contemporânea. Utilizando figuras emblemáticas do município de Tianguá (CE) a pesquisa destaca mulheres que de alguma forma interfeririam no processo de dominação do patriarcado em sua comunidade, rompendo barreiras, desconstruindo estereótipos. Para fortalecer esse estudo, trabalhamos alguns conceitos e ideias de Biroli<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>, Ferguson e MCnally<a href="#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>, Tiburi<a href="#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>, Del Re<a href="#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>. A partir dessas leituras, foi possível estabelecer conexões do passado com o presente e visualizar como comportamentos sociais das décadas de 40 à 80 ainda são presentes nos dias atuais. A nossa discussão reforça a tese de que o machismo é estrutural, perigoso e se alastra ao longo dos séculos nas diferentes civilizações. Essa postura de dominação exercida por homens, se materializa diariamente nos diferentes espaços. Por mais que os movimentos feministas tenham entrado em evidência nas últimas décadas, às lutas por igualdade de gênero são constantes, um trabalho árduo exercido do Ocidente ao Oriente. Salientamos que, esses comportamentos ditados pelas sociedades se construíram sob o prisma do patriarcado, levando a crer que o homem é um ser dotado de qualidades das quais a mulher não possui, é a inferiorizarão do gênero feminino. O que para muitos pode parecer extremismo, mas o que acontece de fato é uma luta contínua pela sobrevivência e o direito de ser o que quiser. Nesse estudo, prezamos pelo uso de uma metodologia bibliográfica para identificar o quanto a sociedade contemporânea tem se mostrado retrógrada e machista, isso são posturas arcaicas ainda exercidas no século XXI, resquícios de uma cultura desigual, que coloca o homem em posição de superioridade, deixando a mulher no plano de fundo, limitadas aos lares, a criação dos filhos, cuidados com a casa, longe da visibilidade social.<a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2043PROTAGONISMO DAS MULHERES NA LUTA PELA TERRA NO ASSENTAMENTO PADRE EZEQUIEL RAMIN2022-11-24T09:35:25-03:00Aureni de Almeida Mirandaaurenitsc@yahoo.com.brCatiane Cinellicatiane.c@ufma.br<p>O presente artigo, resultado de pesquisa para o Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Educação do Campo na Universidade Federal de Rondônia (2019), reflete sobre as experiências vividas no processo educativo das mulheres na luta pela terra no Assentamento Padre Ezequiel Ramin. A pesquisa iniciou-se com a problemática em torno das trajetórias de luta pela terra expressas nos processos de educação do Assentamento Padre Ezequiel Ramin, no município de Mirante da Serra, Rondônia. Orientou-se pelo objetivo geral de analisar o protagonismo das mulheres para a constituição do assentamento. Como objetivo específico, buscou-se: identificar os processos formativos realizados na história de organização do assentamento; descrever os fatores sociais que contribuíram com a luta das mulheres; e compreender os limites no processo de luta na caminhada das mulheres. A metodologia utilizada foi a pesquisa participante, por meio das técnicas de observação participante nos encontros de mulheres do movimento e entrevistas semiestruturadas com oito (8) mulheres, realizadas durante visitas a suas casas. A pesquisa constatou que, com a luta, a vida das mulheres melhorou, tanto em conhecimento, quanto em autonomia. Percebeu-se que é uma comunidade pedagógica que ensina as práticas educativas, transforma o convívio privado de doméstica em outras atividades que as tornam mais potentes nos conhecimentos sociais. Apontou-se desafios como vencer o medo e avançar em direção a relações de gênero igualitárias.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2055A ATUAÇÃO DAS MULHERES DO NORTE NA LUTA PELA TERRA2022-11-24T09:37:11-03:00Carina Alves Torrescarinatorres123alves@gmail.comLaylson Mota Machaddolaylsonmm@gmail.com<p>O presente trabalho tem por objetivo apresentar a atuação de mulheres indígenas Apinajés e de uma liderança ribeirinha na luta pela terra, buscando destacar a luta da mulher em territórios tradicionais enfatizando as ações femininas desenvolvidas nas comunidades que ocupam, e os processos de resistência enfrentados por elas. As comunidades em estudo situam-se na região Norte do Brasil, tratando-se especificamente do estado do Tocantins. Desse modo, busca-se apresentar como lideranças femininas apinajés desenvolveram práticas educativas em suas comunidades, com atuações voltadas para a prevenção da Covid-19, segurança alimentar e outras demandas territoriais. É notório que as mulheres, passaram a ocupar a função de lideranças em suas comunidades com mais recorrência, delineando mudanças estruturais na questão de gênero, nesse sentido, analisamos essas concepções a partir de duas perspectivas culturais, através da educação não formal, por entender que nessas comunidades os conhecimentos e saberes são perpetuados pela oralidade e práticas do cotidiano. Da mesma forma, que destacamos o processo político e educativo dos movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), imprimem sentidos e significados de luta e resistências por territórios em disputa, como a população ribeirinha do Acampamento Coragem enfrenta atualmente, tendo na representação da comunidade uma mulher, negra, ribeirinha e pescadora a atuação nos processos de permanência na terra. Por meio disso, este trabalho enfatiza a atuação de mulheres em diferentes contextos, seja na luta pela terra, nas ações voltadas para a prevenção da COVID -19, e nos processos educativos protagonizados por elas. Com isso, a atuação dessas mulheres destaca o protagonismo de mulheres indígenas e ribeirinhas na luta pela terra e em seus processos de resistência.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2057ELAS2022-11-24T09:49:34-03:00Renata Nasinhakarenata.nasinhaka@gmail.comMárcia Eliane Leindcker da Paixãomarciapaixao12@gmail.com<p>O presente trabalho tem como objetivo compartilhar os resultados preliminares do Projeto de Pesquisa intitulado "Mulheres, gênero e feminismos: conhecendo a trajetória dos grupos de pesquisa da UFSM", realizado pelo Grupo de estudos feministas ELAS da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A partir de uma investigação teórico-prática, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as pessoas responsáveis pela coordenação em cada grupo de pesquisa, no ano de 2020. O material coletado, após a transcrição, será submetido à análise de conteúdo<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>. A justificativa para a pesquisa consiste no fato de que, historicamente, os estudos dedicados aos temas: mulheres, gênero e feminismos, permaneceu nas margens dos processos de construção social, educativo e político das mulheres. A busca pela igualdade como forma de justiça social que as mulheres buscavam, e ainda buscam, através do movimento feminista seguiu por diversos caminhos, influenciados por fatores culturais, sociais, econômicos, jurídicos e políticos. O crescente número de grupos de pesquisas que estudam o tema tem trazido resultados expressivos tanto para a academia, quanto para a sociedade civil. Assim, buscamos identificar a organização dos grupos de pesquisas registrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que, por diferentes abordagens e metodologias, se dedicam ao estudo das mulheres, de gênero e dos feminismos. Contudo, as discussões preliminares apontam para a visibilidade e a necessidade de articulação coletiva no intuito de ações e parcerias que contribuam para as discussões e a promoção da igualdade de gênero dentro e fora da Universidade Federal de Santa Maria.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2059EDUCAÇÃO PARA AS MULHERES2022-11-24T09:50:56-03:00Stéfani Oliveira Veronastefaniverona909@gmail.com<p>Este trabalho tem como tema a educação feminina nos Estados Unidos, com a finalidade de entender as transformações sociais posteriores à Revolução Americana que tornaram possível a disseminação das academias femininas. O recorte faz parte de uma pesquisa de mestrado e tem como objetivo entender o cenário de mudanças no país após as Guerras de Independência para entender a adaptação no discurso com relação à mulher, que a encaixou em um papel republicano específico após a “descolonização”. Parto desta perspectiva para entender a formação das primeiras academias femininas durante o início do século XIX através de duas abordagens amplamente discutidas na época: por um lado como forma de questionar as ideias de igualdade e autonomia da Revolução Americana e, por outro, como forma de desenvolver uma educação “adequada” às mulheres republicanas virtuosas, que, segundo os homens, exerciam papel seu cívico sendo as educadoras de seus filhos. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica de autores que tratam da educação nos Estados Unidos e a convergência com os Estudos de Gênero, partindo principalmente da ideia de “representação social”. Percebo que nos Estados Unidos as práticas de escrita e leitura e os ideais da independência transformaram o cenário da educação das mulheres, ainda que o maior acesso à educação estivesse primordialmente ligado à sua preparação para exercer certo papel social. O sucesso das academias serviu para atestar a capacidade racional das mulheres e foi através destes espaços que mais delas começaram a questionar sua dependência dos homens.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2060PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA2022-11-24T09:53:05-03:00Ana Flavia de Souzaanaflaviad@gmail.comJanaína Corsojanainacorso@uri.edu.brHelena Diefenthaeler Christhelenachrist@hotmail.com<p>A violência intrafamiliar e doméstica é um problema de saúde pública mundial, interferindo negativamente na vida das pessoas. Intervenções voltadas às pessoas em situação de violência são importantes, pois possibilitam reflexões e possíveis modificações da experiência vivenciada. Assim, no presente trabalho buscamos refletir sobre práticas interventivas, de cunho psicossocial, voltadas para pessoas em situação de violência doméstica e intrafamiliar desenvolvidas em estágio curricular de psicologia, além disso, abordaremos sobre como as práticas do local se desenvolveram durante a pandemia de COVID-19. Utilizamos do relato de experiência como metodologia de estudo. As práticas de estágio ocorreram junto ao “Projeto Integrado de Atendimento às Famílias Vítimas de Violência Intrafamiliar” vinculado a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus de Frederico Westphalen/RS. Tais práticas propiciam que pessoas envolvidas em situação de violência intrafamiliar e doméstica sejam acolhidas e possam passar a compreender o que vivenciaram. Passaram pelo projeto 538 pessoas nos anos de 2018 e 2019 e não houve registro de feminicídio. Durante a pandemia, foi possível fortalecer a rede para que pudesse assistir aos usuários. Consideramos que práticas interventivas no campo da psicologia direcionadas às pessoas em situação de violência doméstica e intrafamiliar são relevantes e devem ser melhor debatidas no campo acadêmico e em práticas interventivas, além disso, a igualdade de direitos para os gêneros contribui para a diminuição da violência doméstica, também, em períodos de emergências, como durante a pandemia, a violência se intensifica. A prática de estágio propiciou crescimento e aprendizados profissionais que ainda perpassam os espaços ocupados pelas autoras.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2063ENTREVISTA A JULIA MELGARES2022-11-24T09:54:52-03:00Sabina Sebastisabinasebasti@gmail.comMarcio Caetanomrvcaetano@gmail.com<p>Nas regiões de fronteira as relações sociais se estabelecem na dinâmica dos fluxos migratórios, atravessadas pela condição de configurar uma demarcação geopolítica entre dois Estados, caracterizadas pelas inter-relações entre cidadãos, migrantes, estrangeiros, radicados ou em trânsito, que permanentemente integram as populações sobre uma ou outra margem. Tal como acontece em outras regiões fronteiriças sul-americanas, na área que abrange às cidades limítrofes de <em>Río Branco</em> (<em>Uruguay</em>) e Jaguarão (Brasil), área foco deste estudo, as mulheres desenvolvem estratégias de sobrevivência que implicam cruzar o território em forma frequente. Uma parte significativa da população feminina se converte em transfronteiriça, opta pela birresidencialidade ou binacionalidade. O presente artigo pretende iniciar uma linha de investigação e discussão sobre as condições de vida das mulheres em uma região destas características. O método utilizado foi uma entrevista em profundidade realizada, em setembro de 2021, a Julia Melgares, política, ativista social e vereadora<em>.</em> As respostas concedidas pela entrevistada resultaram reveladoras da conjuntura social e econômica que define à condição da mulher nesta região de fronteira. Na biografia e na voz de Julia foi possível analisar como as habilidades das mulheres, para estabelecer vínculos relacionais, repercutiam nas suas situações de vida em uma região com escasso desenvolvimento humano, afetada pela falta de acesso aos serviços básicos do Estado, assim como também conhecer os desafios políticos da luta feminista local e como se articulam nas ações das organizações e movimentos sociais.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2064O QUE É POSSÍVEL APRENDER ASSISTINDO SÉRIES2022-11-24T09:56:23-03:00José Rodolfo Silvajrodolfolopes@hotmail.comIuli do Carmo Meloiulimelo22@gmail.comAnderson Ferrarianderson.ferrari@ufjf.br<p>As pedagogias culturais oportunizam um olhar diferenciado para educação prezando pelas múltiplas formas de ser, estar, ensinar e aprender dos sujeitos. Valendo-nos dessa possibilidade e apoiados na perspectiva pós-estruturalista, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre a série Anne with E. Uma produção que, baseada no livro de Anne de Green Gables, que traz elementos discursivos e cenográficos, para se pensar as relações de gênero e explorar as potencialidades das pedagogias culturais. Desse modo, quando questionamos o que é possível aprender assistindo séries? Nos concentrando na representação de feminilidade expressa na personagem Anne, analisamos de que forma como os modos de endereçamento<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>, da produção podem afetar masculinidades e feminilidades educando para possibilidades de desconstrução de aspectos agressivos referente a masculinidades e submissão de feminilidades atribuídos como naturais de caráter essencialista produzindo circunstâncias de violência e discriminação. Portanto, nos concentramos na representação de feminilidade expressa por Anne.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2065GÊNERO, EDUCAÇÃO E ARTES VISUAIS2022-11-24T09:58:21-03:00Fabiana Lopes de Souzafabiana.lopess2013@gmail.comMaria Cecilia Lorea Leitemclleite@gmail.com<p>Considera-se que os assuntos sobre as questões relativas a corpo e sexualidade não são muito comuns no currículo escolar, seja pela omissão das/os gestoras/es ou até mesmo pela opção e/ou receio das/os próprias/os docentes. Assim, o presente texto, a partir de uma revisão bibliográfica, objetiva refletir sobre como alguns acontecimentos de censura em nosso país, nos últimos anos, e os documentos curriculares oficiais que excluem as abordagens sobre gênero, podem repercutir nas experiências sociais e culturais, direcionando as práticas curriculares na atualidade. Desse modo, são utilizados alguns aportes teóricos de autoras/es que discutem sobre gênero, diversidade e desigualdade, tais como: Biroli<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>; Lins, Machado e Escoura<a href="#_ftn2" name="_ftnref2"><sup>[2]</sup></a>. Além destes referenciais teóricos, apresenta-se ainda uma discussão sobre os episódios de censura ocorridos nos últimos anos, tanto nas Artes Visuais quanto na Educação. O primeiro episódio foi o fechamento da exposição Queermuseu, no Santander Cultural, em Porto Alegre, no ano de 2017; e o segundo se deve à censura do livro em quadrinhos da Marvel “Vingadores - A Cruzada das crianças” na Bienal do Livro do Rio, em 2019. Ademais, observa-se o fato de que assuntos sobre as questões de gênero não são mencionados no documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O estudo evidencia a relevância de um mundo mais plural. Para tanto é necessário a desconstrução dos pensamentos generificados que ainda se fazem presentes nas abordagens teóricas, e até mesmo nas práticas pedagógicas e curriculares das escolas.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2066CINQUENTA TONS DE CINZA2022-11-24T10:00:34-03:00Ana Gabriela da Silva Vieiraags.21@hotmail.comMarcio Caetanomrvcaetano@gmail.comRosiane Orende da Silvaorenders@outlook.com<p>A obra literária de autoria de L. J. James, cujo título é “Cinquenta Tons de Cinza”, fez enorme sucesso no mercado literário mundial, sendo traduzida para diversas línguas, além de ser adaptada para o cinema e alcançar grande bilheteria. O livro em questão conta a história de amor entre Anastasia e Christian, cujo relacionamento, desde o início, obedece a uma dinâmica de dominação/submissão, na qual o homem é o sujeito-dominador e a mulher é o sujeito-submisso. Neste sentido, compreendemos que a obra faz veicular discursos que a subjetivam mulheres a determinada condutas que atendem a um modelo de relacionamento afetivo-sexual no qual elas estão em posição subordinada. Essa forma de se relacionar afetivamente e sexualmente está baseada em relações de gênero nas quais é o homem quem têm o privilégio na disparidade de forças entre os sujeitos envolvidos. Por causa disso, é possível entender “Cinquenta Tons de Cinza” não apenas enquanto uma pedagogia cultural, na medida em que é um artefato cultural que veicula discursos, ensina comportamentos e subjetiva sujeitos, mas também enquanto uma pedagogia patriarcal. Trata-se de uma pedagogia patriarcal pelas formas como subjetiva as mulheres a um lugar de não independência em relação ao homem e de submissão a esse outro ser tido como mais viril, forte e poderoso do que ela própria. Esses discursos – pedagógicos e patriarcais – aparecem recorrentemente, em vários dos excertos da obra “Cinquenta Tons de Cinza”, que nós analisamos neste artigo.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2067USO DE PRESERVATIVO EM JOVENS DE 18 A 24 ANOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-192022-11-24T10:03:48-03:00Eduarda Martins Malüeeduardammalue@gmail.comMariana da Costa Castromarianadaccastro@gmail.comIsabella Strelow Fonsecastrelowisabella@gmail.comAna Laura Sica Cruzeiro Szortykaalcruzeiro@gmail.com<p>A fase do desenvolvimento da juventude tem como marcadores a formação da identidade, desenvolvimento de autonomia e responsabilidade, bem como a experimentação sexual. Assim, tem-se como objetivo avaliar dados preliminares acerca da não utilização de preservativos em jovens de 18 a 24 anos, ambientados no contexto da pandemia de COVID-19. A definição adotada para identificar comportamentos sexuais menos protegidos foi de pelo menos uma relação sem o uso de preservativo, entre as últimas três relações sexuais, levando em consideração as ações de prevenção combinada. Para a presente pesquisa, foi conduzido um estudo transversal através de um questionário online auto aplicado disponível no Google Forms, divulgado em plataformas virtuais e redes sociais. A aplicação do questionário foi precedida pelo preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados referentes às variáveis foram submetidos a uma análise bivariada no software STATA 15.0. No total, foram entrevistados 472 jovens de 18 a 24 anos. Dos entrevistados, 72,9% eram do sexo feminino, 30,5% tinham de 21 a 22 anos, 73,3% pertencia a classe econômica A e 79,9% se auto declararam brancos. Acerca do não uso de preservativos, 40,7% dos jovens tiveram este comportamento durante o período de pandemia de COVID-19. Estiveram associados ao comportamento sexual menos protegido o sexo feminino (p=0,032), a orientação sexual heterossexual (p=0,001) e estar em um relacionamento estável (0,008). É imprescindível que as ações dos serviços de saúde invistam em intervenções voltadas à educação para a saúde com a população de jovens, para aumentar a distribuição de preservativos e o acesso à informação.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2068“MEU CORPO, MEU TERRITÓRIO”2022-11-24T10:05:53-03:00Gabriela Pecantet Siqueiragabrielapecantet@gmail.comNewan Acacio Oliveira de Souzanewansouza@outlook.comMartha Rodrigues Ferreiramartharof@hotmail.comLouise Prado Alfonsolouiseturismo@yahoo.com.br<p>O pensamento descolonial envolve ser epistemicamente desobediente e se manifesta nas mentes e corpos de grupos e comunidades – como mulheres, pessoas LGBTQIA+, moradores/as/us de bairros periféricos, pessoas de Religiões de Matrizes Africanas, trabalhadoras/es/us sexuais – que têm suas existências e suas formas de fazer-cidade constantemente interpeladas por processos de invisibilização, bem como seus patrimônios deslegitimados por narrativas brancas, cisheteronormativas e eurocêntricas. Porém, estes grupos utilizam de diversas ferramentas para reivindicar seu direito à cidade. A exposição digital “Patrimônios Invisibilizados: Para além dos Casarões, Quindins e Charqueadas”, desenvolvida pelo projeto de pesquisa “Margens: grupos em processos de exclusão e suas formas de habitar Pelotas”, foi lançada durante as comemorações do Dia do Patrimônio da cidade de Pelotas/RS em agosto de 2020 com a proposta de apresentar a cidade e seus patrimônios para além dos casarões, charqueadas e dos doces finos, tendo como foco promover patrimônios relevantes para várias comunidades. Nesta escrita apresentamos uma discussão, a partir do conceito de desobediência epistêmica de Walter Mignolo, acerca de algumas das produções artísticas e participações de artistas que apresentaram seus trabalhos na exposição digital, nas quais expressaram suas perspectivas sobre patrimônio e relações com a cidade. Nosso objetivo foi compreender como essas obras se revelaram enquanto importantes ferramentas contra a exclusão social, elitismo, misoginia, machismo, LGBTQIA+fobia, para a resistência de sociabilidades e vivências não-hegemônicas na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2069PARA LER (PO)ETICAMENTE O IMAGINÁRIO OCEÂNICO2022-11-24T10:08:14-03:00lucas linscarneebatatas@hotmail.comKaciano Gadelhacarneebatatas@hotmail.com Lúcia Anellouciaanello@hotmail.com<p>fundada em e circunscrita a um exercício performativo de uma suposta neutralidade da linguagem científica, a Oceanografia, inserida no que se tem chamado de Ciências do Mar, tem se mostrado, apesar de insurgências contra-hegemônicas, fixada aos pilares onto-epistemológicos da modernidade, (re)produzindo e fazendo reproduzir, em sua formação acadêmico-profissional, discursos e condutas que perpetuam e fortalecem as estruturas colonizadas e colonizadoras do Mundo Ordenado, silenciando outras narrativas. dado que essa configuração tem se mostrado, além de fechada em si mesma, insuficiente em responder questões mais complexas, (me) proponho a pensar, aqui, a partir de posicionamentos críticos situados, normativo-dissidentes, feministas, queer/cuír, antirracistas, anticapitalistas, ambientalistas, de(s)coloniais, mas principalmente pela poética negra feminista, para além de um diálogo (que sempre-já ocorre) entre o campo e as ditas Ciências Humanas e Sociais, de outro modo, especulando a propósito da (ao mesmo tempo que busco rasgar e encontrar as aberturas para a) possibilidade de uma relação implicada nos/com os ambientes aquáticos, costeiros, oceânicos, mergulhando, para isso, nas ficções do imaginário coletivo esvaziado de outras componentes que não as concepções estruturantes desse arquivo oceânico, tomando como proposição (po)ética a rota (de fuga) de uma oceanologia do mundo implicado, que busca se posicionar de modo a não repetir as configurações fractais da violência colonial/racial/capital constituintes próprias do sistema do Mundo Ordenado.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2070O EFEITO DA AUSÊNCIA DE DISCUSSÕES SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADES NA ESCOLA2022-11-24T10:14:35-03:00Luciano Pereira dos Santoslucianopereiraluciano@gmail.comJosé Alves Lagôa Júniorj.lagoajr@gmail.com<p>Este trabalho tem como pretensão a reflexão sobre a ausência de discussões sobre gênero e sexualidades na escola e seus efeitos na produção e manutenção da LGBTfobia no ambiente escolar, tendo como foco as percepções de estudantes da EJA de uma escola pública de Pelotas/ RS. Os dados foram produzidos por meio da aplicação de questionários e a análise pautou-se na análise temática de conteúdo. Os resultados apontam desconhecimentos sobre o assunto e detecta a forte presença da LGBTfobia no espaço escolar. Destaca-se que tais resultados foram aferidos em período anterior a pandemia de COVID-19. A população LGBTQIA+ é um dos grupos mais afetados pelo período pandêmico onde pode ser observado aumento no índice de violência contra as sexualidades dissidentes, cerceamento do acesso à atendimento de saúde, desemprego, insegurança alimentar, dentre outros. Conclui-se que o agravamento da rejeição à diversidade sexual no ambiente escolar é um dos efeitos da ausência de discussões sobre essas temáticas na grade curricular. Defende-se que é de fundamental importância a inserção das temáticas de gênero e sexualidades na grade curricular da formação inicial docente e cursos de formação continuada que promovam inclusão, entendimento e respeito às diferentes identidades sexuais e de gênero na escola. </p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2071POSITHIVES2022-11-24T10:16:22-03:00Gustavo Pires Ibeirogustavoppires7@gmail.com Rafaela Soares Villarrafaelasvillar@gmail.comPamela Oliveira Rosapamela_oliveira91@outlook.com Augusto Imanishi Bonavitaguimanishi@gmail.comAline Patrícia Nevesalinepnramos@gmail.comRoberto Heidenheidenroberto@gmail.comHudson de Carvalhohudson.carvalho@ufpel.edu.br<p>Subsidiados por um processo de pesquisa cartográfico, narramos, neste manuscrito, os fluxos afetivo-relacionais e algumas descobertas didático-pedagógicas, artísticas, científicas, filosóficas e subjetivas que tem arquitetado o coletivo acadêmico antissorofóbico <em>positHIVes</em>. Este se consolida como um espaço de reflexões, produções e artivismos sobre a complexidade que engendra o HIV e a AIDS a partir de ações de ensino, pesquisa e extensão vinculadas ao curso de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas. Essa consolidação tem sido ancorada em processos marcados por exercícios pós-disciplinares de ensino e aprendizagem, como, por exemplo, a criação de dramaturgias autoficcionais agenciadas pelo analisador-tema do grupo, cujas performances têm possibilitado leituras baseadas tanto na subjetividade dos participantes quanto em registros históricos e biopsicossociais que constituem o complexo HIV/AIDS. Tais práticas têm potencializado relações mais horizontais entre docentes e discentes, um fazer teórico que explicita a dialética entre saberes tipicamente acadêmicos (alta teoria) como outros ora classificados como baixa teoria, resultando em um movimento engajado e socialmente referenciado. Ainda, nossa trajetória tem sido marcada pela descoberta de referenciais relacionados à pedagogia radical, ao materialismo <em>queer</em>/cuir/kuir, na teoria <em>queer</em>/cuir/kuir, assim como inspirada no percurso de artistas, intelectuais e coletivos que militam sobre a questão do HIV/AIDS. Por fim, este manuscrito deve ser compreendido como uma abertura de processo, vislumbramos horizontes e alternativas, sem pretensão em esgotar nossas temáticas.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2072COMUNIDADE LGBTQIA+ E AS CONDIÇÕES DE ACESSO E PERMANÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR2022-11-24T10:32:06-03:00Willame Anderson Simões Rebouçaswillameanderson@gmail.comIasmin da Costa Marinhoiasmincosta@uern.brYatamuri Rafaelly Cosme da Silvayatamurirafaelly@gmail.com<p>Considerando os escandalosos números de mortes de indivíduos pertencentes à comunidade LGBTQIA+, fruto da discriminação e do preconceito que ceifam o direito à vida desses indivíduos, o artigo em tela tem como objetivo refletir sobre as condições de acesso e permanência da comunidade LGBTQIA+ ao ensino superior. Para tanto, o estudo contou com as contribuições teóricas de Jesus, Souza e Silva<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>, Souza<a href="#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>; Acosta<a href="#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>; Vieira Junior<a href="#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a> e entre outros. Enquanto percurso metodológico, a pesquisa é de abordagem qualitativa e combina estratégias de levantamento e análise de produções científicas recolhidas junto às bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCieLo); e Google Acadêmico, no período de 2007 a 2021. Resulta da análise o entendimento que, para a comunidade LGBTQIA+, as condições de acesso e permanência no ensino superior são reflexos de um contexto histórico de privação e exclusão ainda vividos na educação básica, dificultando os percursos formativos e de vida dessa comunidade. A perpetuação da lógica capitalista, patriarcal, racista e sexista da sociedade, revela contornos cruéis quanto à sobrevivência e dignidade humana dos indivíduos que assumem identidades divergentes da cisheteronormatividade. Assim, faz-se necessário pensar políticas públicas que ampliem as possibilidades de acesso e permanência desses sujeitos nas universidades, mas também, que os espaços de ensino produzam uma sociabilidade inclusiva, assumindo uma concepção de educação integral e sem reforço de diferenças. Tal proposição não se dará de forma imediata, e requer vontade política de todos àqueles que fazem a escola, a universidade e os sistemas públicos e privados de ensino no Brasil.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2073DIVERSIDADE E HOMOFOBIA2022-11-24T10:34:13-03:00Bruna Bauer de Vargasbruna_bauerv@hotmail.comAna Paula Santos Silvaana.paula.pssa@gmail.comTiago Eurico de Lacerdatel.filosofia@gmail.com<p>A escola certamente é um dos ambientes mais diversos da sociedade, no entanto a busca pela aceitação da diversidade e pelo respeito ao próximo ainda é um problema a ser constantemente trabalhado pelos educadores, fazendo parte do papel da escola como formadora de indivíduos amplamente saudáveis. Trabalhar ética e moral nas escolas é o caminho para instigar os estudantes a refletir sobre suas condutas com relação aos demais, questionando sobre a moral e valores previamente estabelecidos, discutindo questões como comportamento, respeito, aceitação e inclusão da diversidade. É a ética que nos permite buscar critérios para definirmos o que é ser bom, correto ou moralmente certo. O estudo da ética auxilia a problematizar as ações e buscar a reflexão. Assim, nos fornece um norte: alcançar uma conduta a partir de um bom senso. Este artigo, através de um estudo exploratório bibliográfico apresenta uma proposta de abordagem dos temas diversidade e homofobia através do uso das metodologias Rotação por Estações e Aprendizagem Baseada em Projetos. Nelas, o estudante deixa de ser passivo e passa a ser o principal ator do seu processo de ensino-aprendizagem. Com base no estudo da Ética, da Moral e da Pluralidade, sugerimos executar o processo através de 4 passos: Sensibilização, Problematização, Investigação e Conceitualização. Portanto, o artigo promove a busca do aluno como protagonista do debate e da desconstrução, e auxilia os professores a abordarem o assunto como tema transversal em suas aulas, exercendo assim a função social da escola frente as situações de preconceito, violência e evasão escolar. Como sugestão para trabalhos futuros, recomendamos aplicar o método e documentar os resultados.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2074ENSINO DE DANÇAS DE SALÃO2022-11-24T10:35:43-03:00Robson Teixeira Portoprof.rob.porto@gmail.com<p>A pesquisa se insere no campo do ensino de danças de salão e tem como objetivo discutir proposições didático-pedagógicas que não estejam centradas em binarismo de gênero, sob uma perspectiva de uma pedagogia queer. As concepções tradicionais de dança de salão, muitas vezes objetificam o corpo feminino e ditam padrões de movimentos com base em papéis de gênero, assim como determinam que a condução deve ser monopólio dos homens, cabendo às mulheres apenas o papel passivo de seguir o condutor. Entretanto, a problematização destas questões sob uma perspectiva contemporânea, corrobora para uma educação inclusiva de pessoas não heterossexuais e com identidades de gênero não binárias, que geralmente são excluídas da comunidade das danças de salão. Esta investigação tem uma abordagem qualitativa e se configura como uma pesquisa-ação<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>. O trabalho consiste em um recorte da pesquisa que desenvolvo no doutorado, com base na minha práxis, enquanto professor de dança em diferentes contextos educacionais. Este artigo possibilitou perceber os limites e as potencialidades das estratégias de ensino que desenvolvo nas aulas. Além disso, o diálogo com as teorias queer possibilitou questionar padrões heteronormativos da dança de salão tradicional, principalmente quanto aos estereótipos de gênero. Além de denunciar propostas heteronormativas e patriarcais de dança de salão, buscou-se com este trabalho compartilhar possíveis estratégias de ensino inclusivas quanto às questões de gênero e diversidade.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2075ISOLAMENTO SOCIAL E O ESPAÇO PÚBLICO2022-11-24T10:36:51-03:00Fernando Henrique Nascimento Kikuchifernandohenrique_785@hotmail.comLuiz Gilberto Silva Júniorluizjunior.04@hotmail.comLígia Maria Ávila Chiarellibiloca.ufpel@gmail.com<p>Nesse estudo o problema de pesquisa centra-se na forma como a pandemia do Coronavírus impactou a apropriação e usos dos espaços públicos por usuários LGBTQIA+. Desse modo, o estudo tem como objetivo avaliar como a pandemia afetou o convívio social da comunidade LGBTQIA+. O Estado Brasileiro é escolhido como estudo de caso e o método escolhido foi o grupo focal, realizado de maneira on-line com participantes de diferentes regiões do país. Os resultados demostram que o espaço urbano é um ambiente heteronormativo e violento, fazendo com que pessoas LGBTQIA+ sejam mais reclusas. O que se observa com esse estudo é que o isolamento social causado pela pandemia do Coronavírus, só aumentou uma tendência natural da pessoa LGBTQIA+ ao enclausuramento. Por fim, conclui-se que o rompimento dessa população com a vida comunitária, que sucede na exclusão e apagamento de suas identidades sociais e de gênero. Por consequência, negando aos indivíduos o direito a cidade.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2076VISIBILIDADE LBT+ E RESISTÊNCIA ENTRE QUADRINISTAS BRASILEIRAS2022-11-24T10:39:47-03:00Márcia Tavares Chicomarciatch@gmail.com<p>O presente trabalho tem por objetivo analisar obras selecionadas de quadrinistas brasileiras mulheres para avaliar como seus quadrinhos são utilizados para dar visibilidade à população LBT+. Para tal, procurou-se no banco de dados BAMQ! do site Lady’s Comics quadrinistas cuja obra estivesse disponível online. Após a escolha das quadrinistas, selecionaram-se obras de cada uma delas cuja temática girasse em torno da realidade LBT+ ou que apresentasse elementos da mesma. A seguir, analisaram-se as obras selecionadas levando em conta dados teóricos de gênero e sexualidade, como Butler<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>. As obras analisadas apresentam personagens LBT+ existindo em sociedade e realizando atividades corriqueiras, como ir ao bar, ou atividades consideradas normais em nossa sociedade, como a maternidade. Assim, pode-se ver que a própria existência de personagens LBT+ em locais públicos e a performance de atividades cotidianas são consideradas formas de resistência e como a população LBT+ precisa enfrentar obstáculos para simplesmente existir e realizar tarefas consideradas comuns.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2077NO FUNDO DE UM POÇO VAZIO2022-11-24T10:41:43-03:00Mario Augusto Lana Novaism.lananovais@outlook.comJoão Luis Pereira Ouriquejlourique@yahoo.com.br<p>Esse trabalho foi realizado no âmbito do Projeto de Pesquisa Amores Expressos: Identidades Ocultas (UFPel). Na investigação do projeto, elenca-se algumas representações de identidades às margens e/ou fragmentadas, na literatura contemporânea, restringindo-se às personagens produzidas no projeto literário Amores Expressos, idealizado pela Companhia das Letras em 2007. Uma dessas personagens é Cleo, uma mulher trans, protagonista do romance de Terron, Do Fundo Do poço se Vê a Lua<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>, objeto analítico desse artigo. Para a análise dela considerou-se perspectivas formuladas a partir da teoria da Literatura e Crítica Social. É importante, ainda, uma abordagem a partir da Teoria Queer. Foi realizada, portanto, uma revisão bibliográfica iniciada a partir da obra de David Willian Foster. Compreende-se aqui que a Teoria Queer foi a vertente mais viável para atingir o objetivo dessa produção, que é a construção de uma reflexão sobre a condição de solidão da personagem Cleo. Durante essa análise, entende-se que a personagem é atravessada pelas estruturas do machismo e da transfobia, braços fortes do patriarcado no controle dos corpos. Cleo acaba, invariavelmente, empreendendo em uma busca solitária por sua identidade. Imersa em sua fragmentação, suas escolhas acabam levando-a para descaminhos entre a “fama” e o abuso de seu corpo no submundo da dança do ventre, na Cidade do Cairo, local onde é violentada e morta por mãos dos homens. Essa Análise se encaminha, ainda, à possibilidade de se traçar uma comparação interartística. Conclui-se que Terron tece em sua obra um enredo que se aproxima de paradigmas de representação arraigados nos conceitos da década de 80. Ao se realizar o confronto dessa obra com produções mais recentes, no contemporâneo, percebe-se mudanças nos paradigmas de representação de personagens LGBTQIA+ em nossa cultura.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"></a></p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênerohttps://revistas.ufpel.edu.br/index.php/dgenerus/article/view/2078CONSTRUÇÕES DA IDENTIDADE LÉSBICA2022-11-24T10:42:48-03:00Camila Palhares Barbosacamilabarbosa.ri@gmail.com<p>Este artigo tem como objetivo analisar diferentes discursos teóricos que se propõe a identificar e descrever a formação da identidade lésbica, a partir de autoras relacionadas a temática, como Monique Wittig, Judith Butler, Adrienne Rich, entre outras. Para tanto, propomos uma retomada das principais narrativas da experiência subjetiva do lesbianismo, a saber, do lesbianismo político ou lesbianismo radical, do pós-modernismo e outras contribuições que visam uma posição epistemológica para o conhecimento e experiência lésbica. Além disso, demonstraremos como o aporte teórico do lesbianismo traz uma perspectiva e contribuição importante para os temas do feminismo, de gênero, sexualidade, performatividade e de políticas identitárias. O método proposto se dará pela revisão bibliográfica das principais contribuições teóricas que versam sobre a identidade lésbica, buscando organizá-las nas três linhas de argumentação mencionadas acima, versando sobre sua formação política, social e subjetiva.</p>2022-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero