EDUCAÇÃO PARA AS MULHERES

AS ACADEMIAS FEMININAS DO SÉCULO XIX NOS ESTADOS UNIDOS

  • Stéfani Oliveira Verona
Palavras-chave: Educação, Mulheres, Academias femininas, Gênero, Estados Unidos

Resumo

Este trabalho tem como tema a educação feminina nos Estados Unidos, com a finalidade de entender as transformações sociais posteriores à Revolução Americana que tornaram possível a disseminação das academias femininas. O recorte faz parte de uma pesquisa de mestrado e tem como objetivo entender o cenário de mudanças no país após as Guerras de Independência para entender a adaptação no discurso com relação à mulher, que a encaixou em um papel republicano específico após a “descolonização”. Parto desta perspectiva para entender a formação das primeiras academias femininas durante o início do século XIX através de duas abordagens amplamente discutidas na época: por um lado como forma de questionar as ideias de igualdade e autonomia da Revolução Americana e, por outro, como forma de desenvolver uma educação “adequada” às mulheres republicanas virtuosas, que, segundo os homens, exerciam papel seu cívico sendo as educadoras de seus filhos. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica de autores que tratam da educação nos Estados Unidos e a convergência com os Estudos de Gênero, partindo principalmente da ideia de “representação social”. Percebo que nos Estados Unidos as práticas de escrita e leitura e os ideais da independência transformaram o cenário da educação das mulheres, ainda que o maior acesso à educação estivesse primordialmente ligado à sua preparação para exercer certo papel social. O sucesso das academias serviu para atestar a capacidade racional das mulheres e foi através destes espaços que mais delas começaram a questionar sua dependência dos homens.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

KERBER, Linda. The Republican Mother: Women and the Enlightenment - An American Perspective. American Quarterly, Iowa, v. 28, n. 2, p. 187-205, jan./1976.
KERBER, Linda. Separate Spheres, Female Worlds, Woman's Place: The Rhetoric of Women's History, The Journal of American History, v.75, n.1, Jun 1988, p.9-39
KERBER, Linda. Women of the Republic: Intellect and Ideology in Revolutionary America. 1. ed. Virginia: University of North Carolina Press, 1980.
MCMAHON, Lucia. Mere Equals: The Paradox of Educated Women in the Early American Republic. 1. ed. New York: Cornell University Press, 2012.
NASH, Margareth. Women’s Education in the United States.1ed. Nova York: Palgrave Macmillan, 2005. 203p.
RANDALL, Anne. A letter to the women of England on the injustice of mental subordination. 1799. Disponível em
RICCI, Samantha. Rethinking Women and the Constitution: a Historical Argument for Recognizing Constitutional Flexibility with Regards to Women in the New Republic. William & Mary Journal of Women and the Law, v. 16, n. 1, p. 205-235, 2009.
SKEMP, Sheila. Women and Politics in the Era of the American Revolution.Oxford Research Encyclopedia of American History, p.1-21, 2016.
SMITH, Merril. Women’s Roles in Eighteenth Century America. 1ed. Santa Barbara: Greenwood, 2011. 183p.
STANTON, Elizabeth Cady. Declaration of Sentiments. Disponível em
TEDESCHI, Losandro. Os desafios da escrita feminina na história das mulheres. Revista Raído, Dourados, v.10, n.21, p.153-164, jan./jun. 2016.
Publicado
2022-09-15
Seção
Artigos