DESCOLONIZAR O SABER DESDE UMA PEDAGOGIA FEMINISTA DECOLONIAL
Resumo
Grada Kilomba diz que o colonialismo é uma ferida que nunca foi tratada. Uma ferida que dói sempre, por vezes infecta, e outras vezes sangra. Esse texto tem como ponto de partida pensar como a educação na América Latina se forja, fundada em uma episteme hegemonicamente eurocêntrica do saber tida como universal. Se propõe a problematizar a educação formal/informal, constituída a partir de um sistema mundo moderno colonial, segundo o qual, as relações de colonialidade são fundantes da modernidade. Essa proposta busca pensar a descolonização do saber como uma forma de resistência e insurgência em face das condições impostas pela colonialidade do poder. Como forma de resistência, busca alternativas em uma pedagogia feminista decolonial. Tal proposta se justifica, pela urgência de uma pedagogia feminista decolonial que transforme o modelo tradicional de educação, rompendo com a lógica universal do conhecimento moderno/colonial que articula as mais diversas formas de opressão, dentre elas, as de classe, raça e gênero. A pesquisa propõe então, um diálogo entre as teorias feministas decolonial e as teorias fundantes da interseccionalidade, tendo por base os diversos marcadores sociais da diferença. Esse estudo propõe através desta metodologia, buscar romper com esse conhecimento eurocentrado que se tornou hegemônico, e eliminar o sistema que alimenta diversas opressões, especialmente nos povos do Sul global, a partir de uma episteme que retroalimenta a colonialidade do poder e, consequentemente, a colonialidade de gênero. Contra a colonialidade do saber é urgente uma estratégia de decolonialidade da educação, como a única forma de romper-se com o monismo científico. A partir de uma epistemologia do sul global será possível romper com a geopolítica que impõe o eurocentrismo como a única e dominante ideologia, episteme, epistemologia e metodologia do conhecimento.
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