DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO NO CONTEXTO TECNOLÓGICO NA PERCEPÇÃO DAS MULHERES
Résumé
Objetivo do estudo: Compreender a percepção das mulheres em relação às oportunidades, aos desafios e às dificuldades encontradas em incubadoras tecnológicas, sob a luz da divisão sexual do trabalho. Metodologia/abordagem: Optou-se pela realização de um estudo descritivo com abordagem qualitativa que se realizou com nove mulheres vinculadas ao campo da tecnologia. A etapa de coleta de dados consistiu na aplicação de entrevistas semiestruturadas elaboradas com o auxílio de um comitê de avaliação especializado. A análise dos dados ocorreu por meio do software NVIVO®. Principais resultados: Os resultados revelam que a divisão sexual do trabalho vem sendo modificada e não superada. Além disso, denota-se que as demandas por participação consentem analisar a complexidade da dinâmica de dominação, composta por resistência e discriminação exacerbada ao gênero. Outrossim, a predominância masculina e o contexto histórico-cultural também delimitam a presença feminina na tecnologia, impactando na amplitude de profissionais na área. Contribuições acadêmicas: O tema em questão retrata uma demanda pertinente para diversas áreas do conhecimento, sobretudo naquelas em que os estudos ínfimos. Contribuições práticas: Os levantamentos do estudo auxiliam com a gestão de organizações de tecnologia, uma vez que poderão reavaliar seus quadros funcionais destinados as mulheres, bem como propor melhorias para o aperfeiçoamento profissional das mulheres, resultando numa possível ascensão profissional.
##plugins.generic.usageStats.downloads##
Références
Amaral, L. M., & Hack Neto, E. (2020). Desempenho das Empresas Graduadas em Incubadoras do Oeste do Paraná-Anprotec: Uma Análise da Metodologia de Incubação. Revista Brasileira de Gestão e Inovação, 8(1), 163-185.
Anprotec - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Incubadoras e Parques. 2019a. Disponível em: https://anprotec.org.br/site/wp-content/uploads/2019/09/Mapeamento_Empreendimentos_Inovadores.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022.
Ashcraft, C., Eger, E., & Friend, M. (2012). Girls in IT: The facts. National Center for Women & IT. Boulder, CO.
Biroli, F.; Quintela, D. F. (2020). Divisão sexual do trabalho, separação e hierarquização. Revista de Ciências Sociais-Política & Trabalho, 53, p. 72-89.
Borges, E. P. (2014). Gênero, ciência e contexto regional: analisando diferenças entre os docentes da pós-graduação de duas universidades brasileiras. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação). Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Cappelle, M. C. A., de Brito, M. J., Melo, M. C. D. O. L., & Vasconcelos, K. A. (2007). A produção científica sobre gênero nas organizações: uma meta-análise. Revista Eletrônica de Administração, 13(3), 502-528.
Cisne, M., & dos Santos, S. M. M. (2018). Feminismo, diversidade sexual e Serviço Social. Cortez Editora.
Conroy, A. A., Ruark, A., & Tan, J. Y. (2020). Re-conceptualising gender and power relations for sexual and reproductive health: Contrasting narratives of tradition, unity, and rights. Culture, Health & Sexuality, 22(sup1), 48-64.
Cooper, D. R., & Schindler, P. S. (2016). Métodos de Pesquisa em Administração-12ª edição. McGraw Hill Brasil.
de Azevedo, I. S. C., Gaspar, J. V., & Teixeira, C. S. (2016). Análise característica das Incubadoras de Base Tecnológica. Revista Eletrônica do Alto Vale do Itajaí, 5(8), 72-81.
Decol, J. (2022). O feminismo transformando a ciência: avanços da epistemologia feminista na análise da opressão de gênero na ciência. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis.
Duarte, B. A. (2018). A divisão sexual do trabalho como fenômeno social: uma crítica feminista ao trabalho doméstico. 115 p. Dissertação (Mestrado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Direito. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.
Freitas, L. B. D., & Luz, N. S. D. (2017). Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a partir de periódicos de gênero. cadernos pagu.
Gamarra, C., & Guerrero, J. M. (2015). Computational optimization techniques applied to microgrids planning: A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 48, 413-424.
Hirata, H. (2012). Nova Divisão Sexual do Trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade. São Paulo: Boitempo.
Hirata, H., & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de pesquisa, 37, 595-609.
Hirata, H., Kergoat, D. (2021). Atualidade da divisão sexual e centralidade do trabalho das mulheres. Revista de Ciências Sociais-Política & Trabalho, [SL], (53), 22-34.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Estatística de Gênero: Indicadores Sociais das mulheres no Brasil. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica, n° 38. 2021. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101784_informativo.pdf. Acesso em: 09 mar. 2022.
Julião, H. V., & Dutra, N. H. (2020). Divisão sexual do trabalho: Para além do gênero e do patriarcado. Temporalis, 20(40), 201-214.
Kergoat, D. (2000). Division sexuelle du travail et rapports sociaux de sexe. Dictionnaire critique du féminisme, 2, 35-44.
Kergoat, D. (2002). A Relação Social de Sexo. Da reprodução das relações sociais à subversão. Proposições. 13(1), 47-59.
Khoudja, Y., & Platt, L. (2018). Labour market entries and exits of women from different origin countries in the UK. Social science research, 69, 1-18.
Krishnan, S., Dunbar, M. S., Minnis, A. M., Medlin, C. A., Gerdts, C. E., & Padian, N. S. (2008). Poverty, gender inequities, and women's risk of human immunodeficiency virus/AIDS. Annals of the New York Academy of Sciences, 1136(1), 101-110.
Leite, E. O. (2000). Fenómeno do Empreendedorismo, Criando Riquezas. 2ª. Edición, Ediçoes Bagaço, Recife.
Leite, M. D. P., & Guimarães, P. C. (2015). Everything changes, everything remains. Consequences of the use of information technologies on women's work. Cadernos Pagu, (44), 333-366.
Lins, B. A., Machado, B. F., & Escoura, M. (2016). Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. Editora Schwarcz-Companhia das Letras.
Maia, M. M. (2016). Limites de gênero e presença feminina nos cursos superiores brasileiros do campo da computação. Cadernos pagu, 223-244.
Marcuzzo, R., Dos Santos, J. R. G., & Siluk, J. C. M. (2017). Delineamento para identificação e gerenciamento de ativos intangíveis em empresas de base tecnológica. Revista Científica online-Tecnologia, Gestão e Humanismo, São Paulo, 7(1).
Marcuzzo, R., Siluk, J. C. M., Gerhardt, V. J., Tascheto, P. H., & Maldonado, M. U. (2019). Mapeamento de incubadoras tecnológicas no Brasil. Revista Produção Online, 19(4), 1441-1469.
Melo, H. P. D., & Morandi, L. (2021). Per Capita GDP: Analysis of its distribution between women and men in Brazil, 1991-2015. Revista de Economia Contemporânea, 25.
Menezes, M. S. (2018). O mercado de trabalho: uma trajetória de preconceito e discriminações. Conqueer – Conferência Internacional de Estudos Queer. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/40228. Acesso em: mar. 2022.
Minayo, M. C. D. S. (2010). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. In O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde (pp. 269-269).
Molinete, I. A., de Barcellos, R. D. M. R., & de Salles, H. K. (2017). Da mão de ferro ao romantismo: A produção do gênero no discurso da literatura pop management. Revista de Gestão Social e Ambiental, 6-22.
Mozzato, A. R., Grzybovski, D., & Teixeira, A. N. (2016). Análises qualitativas nos estudos organizacionais: as vantagens no uso do software nvivo®. Revista Alcance, 23(4), 578-587.
Nicoli, P. A. G. (2020). Centralizing informal work, complexifying inclusion, decolonizing labour law. Revista Direito e Práxis, 11, 2696-2724.
Oliveira, J. R. D., Mello, L. C., & Rigolin, C. C. D. (2020). Participação feminina na pesquisa sobre tecnologia da informação no Brasil: grupos de pesquisa e produção científica de teses e dissertações. cadernos pagu.
Paternoster, N., Giardino, C., Unterkalmsteiner, M., Gorschek, T., & Abrahamsson, P. (2014). Software development in startup companies: A systematic mapping study. Information and Software Technology, 56(10), 1200-1218.
Rahman, F., Billionniere, E., Brown, Q., & Gates, A. Q. (2020, February). RESET (Re-Enter STEM through Emerging Technology) Finding Re-Entry Pathways for Women. In Proceedings of the 51st ACM Technical Symposium on Computer Science Education (pp. 173-174).
Rocha, C. C. (2018). Divisão sexual do trabalho e força de trabalho da mulher no capitalismo. Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, 16(1).
Sampieri, R. H.; Collado, C. F.; Lucio, M. P. B. (2013). Metodologia de Pesquisa. 5. ed.
Santos, V. C. (2019). Trabalho e responsabilidades familiares: desigualdades entre homens e mulheres no uso do tempo. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas). Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, Ponta Grossa.
Silva, J., Oliveira, L., & Silva, A. (2019, July). Meninas na Computação: uma análise inicial da participação das mulheres nos cursos de Sistemas de Informação do estado de Alagoas. In Anais do XXVII Workshop sobre Educação em Computação (pp. 444-452). SBC.
Softex – Associação para promoção da excelência do software brasileiro. (2019). Atuação da mulher no mercado de trabalho formal brasileiro em tecnologia da informação.
Tabak, F. (2007). Apesar dos avanços: obstáculos ainda persistem. Cadernos de gênero e tecnologia, 3(11), 9-20.
Teixeira, A. N., & Becker, F. (2001). Novas possibilidades da pesquisa qualitativa via sistemas CAQDAS. Sociologias, 94-113.
Telles, A.; Mato, C. (2013). O empreendedor viável: uma mentoria para empresas na era da cultura Startup. Rio de Janeiro: LeYa.
Torres, K. B. V., Bernardes, R. M., de Queiros, P. S., Vieira, T. M., Felix, J. C., De Urzedo, A. P. F. M., ... & Mendes, T. T. (2017). Inclusão das Mulheres nas Ciências e Tecnologia: ações voltadas para a educação básica. Expressa Extensão, 22(2), 140-156.
